Um professor e pesquisador brasileiro desenvolveu uma metodologia com uso de Inteligência Artificial (IA) que identifica focos de incêndio com 12 horas de antecedência e 85% de acerto. O sistema, desenvolvido por Fábio Teodoro de Souza, do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), foi testado no Parque Nacional Chapada das Mesas, no Maranhão, e considerou dados de focos de incêndio monitorados por satélites do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e dados meteorológicos da rede automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
“Os incêndios florestais são monitorados por vários satélites que estão na órbita da Terra que têm a capacidade de registrar as coordenadas dos focos de incêndio quando eles se iniciam, com determinado diâmetro, dependendo da resolução de cada satélite”, disse o pesquisador à Agência Brasil. Além das coordenadas, os satélites também registram os horários dos focos de incêndio.
Método de funcionamento
A metodologia consiste no cruzamento das informações de focos de incêndio com os dados meteorológicos da estação situada a 34 quilômetros do Parque Nacional Chapada das Mesas. Essa estação registra indicadores como temperatura, radiação solar, velocidade do vento, umidade e chuva.
Segundo o pesquisador, as duas taxonomias (incêndios florestais e meteorologia) alimentam o modelo de IA, que é capaz de assimilar os padrões de condições meteorológicas e disparos de incêndios florestais. Dessa forma, a IA consegue identificar e prevenir situações futuras semelhantes.
“O quanto antes você identificar a probabilidade desse incêndio ocorrer, pode mobilizar as instituições responsáveis para apagar o fogo. É uma ferramenta auxiliar para essas instituições. Padrões meteorológicos podem indicar que vai ocorrer o incêndio. Seria relevante para as instituições que monitoram e trabalham com esse tipo de acidente”, disse Souza.
A metodologia ainda não foi efetivamente implementada e, embora tenha sido testada no parque do Maranhão, ela pode ser aplicada em qualquer local do território nacional. Na avaliação do professor, falta uma ponte entre a universidade e o governo, além de políticas públicas, para que o sistema seja implementado.
Com informações da Agência Brasil