A principal prioridade para os bancos este ano é a análise e a exploração dos dados obtidos via Open Finance. Cerca de 80% das instituições bancárias afirmam que até 10% de sua base de clientes já aderiu à modalidade, uma proporção que deverá crescer ainda mais neste ano.
Essas são algumas das principais conclusões da 1ª etapa da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, realizada pela Deloitte com 16 bancos entre dezembro de 2022 e março deste ano.
O Open Finance foi implantado há pouco mais de dois anos no País. Por meio desse sistema, clientes de produtos e serviços financeiros podem compartilhar suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central, além de movimentar suas contas bancárias a partir de diversas plataformas, e não apenas pelos aplicativos ou sites dos bancos.
De acordo com a pesquisa, 75% das instituições bancárias querem ofertar mais produtos financeiros para seus clientes, 69% desejam conhecer melhor o contexto do cliente e 44% pretendem oferecer serviço de iniciação de pagamentos. Além disso, 38% querem melhorar a precificação dos produtos, 31% reduzirem riscos de crédito e 19% expandirem negócios não financeiros.
Segundo dados da Febraban, desde o inicio da implementação da infraestrutura, então batizada como Open Banking – já que envolvia apenas participantes bancários – foram contabilizadas 10,8 bilhões de comunicações bem-sucedidas entre as instituições integrantes do sistema para a troca de informações, além de 17,3 milhões de consentimentos de clientes para o compartilhamento de seus dados.
Prioridades
Ao lado do Open Finance, a pesquisa revelou outras prioridades para as instituições bancárias em 2023, entre elas a transformação cultural dos bancos, moedas e ativos digitais, expansão de transações via chatbot e o incentivo do consumidor ao compartilhamento de dados.
Dessa forma, os bancos estão cada vez mais orientados a explorar as oportunidades relacionadas a dados, conscientes da necessidade de transformar a cultura organizacional, paralelamente aos avanços tecnológicos, usufruindo dos benefícios dos investimentos em Cloud.
Força de trabalho
Atualmente, cerca de 10% dos colaboradores na indústria bancária são profissionais de TI. Para 2023, os bancos estimam investir R$ 1,6 bilhão na infraestrutura e em soluções tecnológicas que melhorem a experiência de trabalho de seus colaboradores.
Segundo o levantamento, 69% dos bancos pretende aumentar o quadro de profissionais de tecnologia, especialmente com desenvolvedores, especialistas em segurança da informação e cientistas e engenheiros de dados, o que está alinhado com os focos de investir na exploração dos dados obtidos via Open Finance e na proteção de informações sigilosas dos clientes.
Investimentos em tech
A pesquisa realizada pela Deloitte mostra que o orçamento total dos bancos brasileiros destinados à tecnologia em 2023, englobando despesas e investimentos, deverá atingir R$ 45,1 bilhões, uma alta de 29% em relação ao ano passado.
Enquanto em 2022 a segurança cibernética foi prioridade para 100% dos bancos entrevistados, este ano os investimentos estão mais focados no cliente, buscando a personalização no relacionamento e a maior eficiência na exploração dos dados.
Dessa forma, haverá aumento do orçamento em CRM, Inteligência Artificial, Analytics e Big Data. A migração para Cloud continua no foco dos investimentos e deve se expandir em pelo menos 20% em 2023.
“A tecnologia é uma grande aliada na democratização do acesso aos serviços financeiros, ampliando diariamente a oportunidade de as pessoas fazerem todo tipo de operações a qualquer hora, qualquer lugar e em diferentes equipamentos”, afirma Isaac Sidney, presidente da Febraban.
