Os meios de pagamento digitais já representam o maior volume de transações no País. Segundo um recente levantamento feito pela Febraban, os resultados alcançados pelo Pix até 30 de setembro deste ano já ultrapassaram as estatísticas da ferramenta em todo o ano passado. Já foram feitas 45,7 bilhões de transações, totalizando R$ 19,1 trilhões.
Em meio à ascensão dos pagamentos digitais, as carteiras digitais também vêm ganhando a adesão do consumidor brasileiro. Segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a movimentação financeira por meio de aplicativos e carteiras digitais teve um aumento de 18,4%, somando R$ 225,3 bilhões no primeiro semestre de 2024.
Essa transformação que os meios de pagamento estão passando foi tema do painel apresentado por Fernanda de Carli, solution engineering da Zoop, fintech líder em tecnologia para serviços financeiros embarcados, durante o Fórum Inovativos deste ano, na sede da FGV, em São Paulo.
Novos comportamentos
Na apresentação, Fernanda destacou que a chegada das novas tecnologias está gerando mudanças de comportamento nos consumidores. “Precisamos criar jornadas de pagamento que sejam as mais suaves possíveis para o consumidor, para que ele consiga, de fato, finalizar a compra, e a venda ser convertida para o lojista. E quando se pensa em criar jornadas fluidas, é preciso considerar o comportamento do consumidor, e como ele gosta de fazer essas compras”, afirma.
Isso é importante porque o comportamento dos consumidores, segundo Fernanda, vem mudando de forma rápida e significativa nos últimos anos. “Os consumidores querem, cada vez mais, jornadas de pagamento práticas, rápidas e integradas. E não mais ficar preenchendo números de cartão de crédito, ou pegar filas”.
Ainda de acordo com Fernanda, o grande divisor de águas foi a pandemia. “No momento pré-pandemia, já havia muita gente comprando via e-commerce. Mas, durante o período de quarentena, a grande maioria das pessoas precisou aprender como fazer compras online, independentemente da faixa etária ou classe social”, revelou.
Tendências
Entre os catalisadores do avanço dos meios de pagamento digitais, Fernanda destaca a criação e a evolução do Pix, que em menos de cinco anos se tornou o principal meio de pagamento dos brasileiros; sistemas de pagamento cada vez mais integrados e smarts, permitindo que os consumidores possam escolher como finalizar a jornada de compra, seja por cartão de débito, crédito ou Pix, além das opções analógicas; e o modelo de pagamento por aproximação Tap to Pay, adotado por empresas como Nubank e iFood, e que é realizado via smartphones e suportado pela tecnologia NFC (Near Field Communication).
Para ajudar as empresas a aproveitarem as oportunidades que devem surgir com o avanço dos meios de pagamento digitais, Fernanda destaca três tendências que devem dominar o setor nos próximos anos: a integração de todos os canais comerciais de uma empresa em uma única plataforma, ou Unified Commerce; infraestrutura escalável, para assegurar que os meios de pagamento estarão sempre disponíveis; e oferecer todas as opções de pagamento disponíveis, para que a compra seja feita com base na preferência do consumidor.