Inovação Digital e Tecnologia na Centralidade do Cliente

Digital First: os pilares dos negócios digitais para a escalabilidade

Empresas devem proporcionar comodidade ao cliente e otimizar o seu tempo. Capacitação da mão de obra é um desafio

A tecnologia vem acompanhando a evolução e transformando a sociedade. Por meio da digitalização e da conectividade, a presença do digital na vida das pessoas se consolidou e virou um caminho sem volta. Apenas nos últimos dez anos, a América Latina passou de 37% de conectividade para 75%.

Nesse cenário, nasceram os negócios digitais. Atualmente é possível consumir um amplo leque de produtos e serviços sem sair de casa. O PIX se popularizou. Proporcionar comodidade ao cliente e otimizar o seu tempo viraram objetivos comuns entre as empresas, não importa o segmento. Mas ainda há gargalos, que devem ser superados visando a escalabilidade dos negócios.

Para discutir os pilares estratégicos dos negócios digitais para o crescimento em escala, o Innovation Experience Conference 2022 promoveu um painel com executivos de empresas referências em seus segmentos. O evento foi organizado pelo Grupo IX e correalizado pela SP Negócios, FecomercioSP e Movimento Inovação Digital (MID).

“Todas as empresas devem olhar para a dinâmica social, para as mudanças no comportamento das pessoas quanto ao consumo, relações humanas, trabalho, deslocamento, entre outros pontos. Isso diz muito onde está o caminho da inovação”, afirmou a jornalista da BandNews FM e mediadora do painel, Sheila Magalhães.         

Divisor de águas

Os executivos são unânimes em apontar a pandemia como marco divisor de águas quando se fala em digitalização. “Ela já vinha crescendo antes da pandemia, mas o pós alavancou a digitalização numa velocidade gigante. Hoje a discussão não deve ser mais de onde eu tenho que trabalhar, mas sim de como é que eu faço para que o meu colaborador seja o mais produtivo possível de onde ele quiser trabalhar”, disse Leandro Castro, CRO da Woba (antiga BeerOrCoffee).

Na opinião de Thiego Goularte, general manager da Zubale, a pandemia, no que tange à tecnologia, forçou um avanço de anos em poucos meses. “Ela mexeu com comportamento. Antes, as pessoas não compravam supermercado online. Hoje, compram. Isso tende a evoluir cada vez mais e ser replicado para outras categorias. A pandemia trouxe uma confiança de que as pessoas podem ter uma vida ativa e segura no ambiente online”, apontou.

O mesmo ponto de vista é compartilhado por Edson Lopes, CEO da Flixbus.  “A pandemia fez acelerar os negócios digitais. Houve o crescimento do e-commerce e a transformação digital como meio de competitividade. Para consolidar essa transformação, as empresas precisam trazer e capacitar cada vez mais funcionários e lideranças na área de tecnologia”, disse.

Tempo

Os negócios digitais, além de proporcionarem comodidade aos clientes, devem conter soluções que otimizem o seu tempo. “No final das contas, o que buscamos com a digitalização é otimizar ou reinventar novos processos que sejam mais simples e que devolvam tempo para as pessoas. Do ponto de vista do consumidor, tempo é a palavra-chave”, explicou Tatiana Mattos, CEO da BlaBlaCar.

A empresa, de acordo com a executiva, apresenta soluções digitais que, além de otimizar tempo e custos,  também são sustentáveis, na medida em que colabora para reduzir os impactos ambientais.

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Na área do entretenimento, a valorização do tempo proporcionada pelos negócios digitais também se tornou fundamental. “O digital não substitui, mas complementa uma experiência presencial. E quando falamos em venda de experiência, ela começa quando o cliente está adquirindo o seu acesso ao evento”, afirmou Tereza Santos, CEO da Sympla. “Nesse momento, todos querem comodidade e valorizar seu tempo. O consumidor está mais exigente e intolerante com a demora em respostas”, completou.

Gargalos

Os executivos apontaram alguns gargalos que devem ser superados pelas empresas visando a escalabilidade dos negócios. Há desafios burocráticos e de infraestrutura, além da defasagem regulatória, já que as leis não acompanham a velocidade que está o mercado.

Um dos maiores entraves está na falta de mão de obra capacitada em tecnologia, fenômeno conhecido também como “gap de mão de obra” ou “apagão tecnológico”. O problema não é sentido somente pelas empresas de tecnologia, mas por companhias de todos os segmentos.

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