Ao visitarem uma das lojas conceito da Nike em Nova York, os clientes e fãs da marca se deparam, logo no primeiro andar, com uma mini quadra de basquete. Nesse espaço, eles podem experimentar produtos e acessórios comercializados no local enquanto arriscam cestas de dois ou três pontos.
A iniciativa, mais do que proporcionar um momento de descontração, empodera os consumidores, já que, ao transformar seus clientes em atletas, a Nike cria uma conexão única com eles, oferecendo um momento ‘mágico’ de experiência e afetando de maneira positiva a forma como eles também enxergam a marca. “Ela [a Nike] não feriu seu propósito, mas mudou. O consumidor se reconhece ali”, afirmou a CMO do Grupo IRRAH, Miriã Plens, que esteve em Nova Iorque e visitou a loja da Nike.
“Quando o cliente percorre o restante da loja, onde efetivamente estão os produtos para a compra, ele já foi imerso na experiência oferecida. Isso faz com que esteja mais inclinado a considerar os preços como justos e acessíveis, em vez de exageradamente caros”, completou João Ricardo, CEO da All Hands Educação, empreendimento parceiro do grupo IRRAH.
Na opinião do executivo, a estratégia da loja é usar a experiência de compra como uma espécie de ‘âncora’ para influenciar a percepção dos consumidores sobre os preços, mostrando que o valor percebido dos produtos supera o custo monetário. “A ideia é que a qualidade da experiência proporcionada durante a compra seja mais importante do que simplesmente o preço dos itens adquiridos”, destacou.
Cliente como protagonista
Ao longo da trajetória da Nike – fundada em 1964 – ousar e se reposicionar diante do mercado foram práticas comuns. Para Miriã Plens, a empresa sempre esteve disposta e atenta às necessidades dos clientes e não tem medo da mudança, adaptando-se e aproveitando estratégias de marketing e grandes parcerias para alcançar seus objetivos.
“A Nike nos deixa algumas lições valiosas, que cabem em qualquer ambiente de negócio internacional ou nacional. Primeiro: utilize dados para conhecer seu público; também, não tenha medo de se adaptar; venda conforme a necessidade do cliente; e finalmente, faça seu cliente ser um apaixonado pela marca”, enfatizou.
Apaixonado pela marca, continuou Miriã, o público não consegue deixar as lojas de mãos vazias. “Oferecendo experiências inovadoras e colocando o cliente como protagonista, a marca alcançou destaque estratosférico”, concluiu.