Imagine entrar em um supermercado e ser recebido por um robô? Embora possa parecer algo saído de um filme de ficção científica, a utilização de atendentes robóticos em supermercados começa a ser uma tendência, tanto que redes como Hirota, Assaí e Carrefour já testaram ou implementaram a tecnologia em algumas de suas unidades. O objetivo? Tornar a jornada de compra dos clientes mais inovadora, conveniente, interativa e agradável, refletindo as mudanças nos hábitos de consumo.
No Brasil, um dos locais onde a solução já está disponível é na unidade do Supermarket localizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Lá, o robô Robios GO – criado pela Human Robotics e que possui IA integrada – interage de maneira autônoma e humanizada com os clientes, desempenhando funções como auxiliar na jornada de compra, guiar pelos corredores e gôndolas até os itens desejados, além de fornecer informações sobre os produtos.
“Esses robôs têm se destacado nesse tipo de estabelecimento, despertando curiosidade e contribuindo para a melhoria do fluxo de clientes ao guiá-los para ofertas e produtos, proporcionando uma nova experiência ao público. Além disso, o robô opera como aliado dos colaboradores, fornecendo informações completas e relevantes sobre qualquer item”, explica Olivier Smadja, CEO da Human Robotics.
Os robôs também podem trabalhar em conjunto com as equipes de marketing, sendo verdadeiros impulsionadores das vendas de determinados itens, já que, ao mostrar ou levar os clientes até os produtos, eles estimulam a decisão de compra, influenciando diretamente em suas escolhas. “Essa estratégia, adotada em campanhas de marketing nos supermercados, permite que os robôs desempenhem o papel de promotores, destacando produtos e incentivando as vendas”, aponta Olivier.
Objetivo é melhorar a experiência do cliente
Segundo Claudia Fernandes, Gerente de Marketing do Supermarket, a ideia de incluir um robô no atendimento foi para proporcionar, justamente, uma melhor experiência para o cliente da loja. “Nossa intenção foi oferecer interações personalizadas e divertidas, contribuindo para a construção de relacionamentos duradouros”, conta. Lá, continua Claudia, o robô guia os clientes pelo supermercado, agradece, cumprimenta com uma “carinha” programada, com piscadinha e sorriso, tudo para tornar a interação mais interessante e conquistar o consumidor.
De acordo com Olivier, da Human Robotics, a presença da inteligência artificial (IA) incorporada no Robios GO possibilita, após um treinamento apropriado, realizar conversas avançadas com os clientes. “Isso resulta em uma melhoria significativa na interação e na capacidade de resposta do robô”, explica.
Inovação e aprimoramento do pós-venda
Na opinião de Claudia, do Supermarket, investir em inovação pode trazer impactos positivos para os negócios. “Trata-se de uma maneira de se diferenciar da concorrência. Além de assegurar a competitividade no mercado, também garante a sustentabilidade a longo prazo, pois cria uma percepção de valor pelos clientes, associando a empresa a uma imagem moderna”.
Além disso, os robôs de autoatendimento contribuem para a coleta de dados valiosos dos hábitos de compra dos clientes – como preferências de compra, histórico de interações, feedbacks e outras informações – alimentando o banco de dados do empreendimento e fazendo com que as empresas aprimorem o seu CRM (Customer Relationship Management, ou Gestão de Relacionamento com o Cliente), possibilitando uma compreensão mais aprofundada das necessidades e expectativas do cliente, e aprimorando o relacionamento com o consumidor no pós-venda.
“Ao ter acesso a essas informações no CRM, as empresas conseguem melhorar a interação de diversas maneiras. Como, por exemplo, personalizar ofertas com base nas preferências individuais, antecipar necessidades, oferecer um atendimento mais eficiente e personalizado, e até mesmo prever tendências futuras”, explica Olivier.
O CEO da Human Robotics ainda destaca que a utilização de robôs pode otimizar a contagem e organização do estoque, bem como auxiliar na precificação dos produtos. “Ao identificar os itens com maior demanda de venda, os gestores podem tomar decisões de compra mais precisas e negociar preços no mercado, aumentando, assim, a competitividade”, conclui.