Os ataques cibernéticos de ransomware – como é chamado o sequestro de dados com cobrança de resgate – cresceram globalmente 48% nos cinco primeiros meses de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, a modalidade correspondeu a 24% dos ataques cometidos no período. É o que aponta um levantamento realizado pela Verizon.
Outro relatório, da Check Point Research, também aponta um cenário de crescimento nos ataques. De acordo com o levantamento, no primeiro semestre de 2023, 48 grupos de ransomware violaram mais de 2,2 mil vítimas no mundo, um aumento de 20% em comparação com o primeiro semestre de 2022.
Em termos de distribuição geográfica, 45% das empresas afetadas estão localizadas nos Estados Unidos, seguido por Reino Unido (7%) e Canadá (4%). O Brasil desponta na oitava posição com 2% das vítimas de ransomware, tendo sido registrado aproximadamente 1,6 mil ataques no primeiro semestre.
O ransomware é um software malicioso que bloqueia os computadores de uma empresa por meio da criptografia dos dados e, normalmente, o acesso ao sistema é devolvido apenas após o pagamento de um resgate. Segundo estudo da Howden, somente nos últimos três anos já foram pagos em resgates o equivalente a R$ 247 milhões.
Geralmente, o resgate é pago por meio de criptomoedas, tanto para lavar as receitas obtidas com esses golpes, quanto para dificultar o rastreamento da operação e a identificação dos atacantes. De acordo com estimativas da Cybersecurity Ventures, o ransomware poderá custar às suas vítimas cerca de US$ 265 bilhões até 2031.
Brasil protagonista
Na América Latina, o Brasil registrou 603 mil tentativas de ataques de ransomware entre agosto de 2022 e agosto de 2023, segundo levantamento da Kaspersky. O resultado coloca o Brasil como o país mais atacado pela modalidade na América Latina e na quarta posição no ranking global no período analisado.
Outro relatório, da Proofpoint, apontou que 58% das empresas no Brasil sofreram pelo menos uma tentativa de ataque de ransomware no ano passado, sendo que 46% foi bem-sucedido. Além disso, 91% das organizações brasileiras infectadas por ransomware pagaram resgate em 2022 e muitas (29%) o fizeram mais de uma vez. No entanto, apesar dos riscos em aderir ao pagamento, 71% das vítimas conseguiram recuperar os dados após pagarem o resgate.