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iXC: Para economista, 2022 será um ano desafiador, mas de boas oportunidades

Neste ano, a 3ª edição da Innovation Xperience Conference tem como propósito preparar as empresas para esse novo período pós-pandemia. Portanto, nada melhor do que saber algumas previsões do que nos espera no cenário econômico de 2022. O evento contou com a participação de Caio Megale, economista-chefe da XP, que traçou um possível panorama da economia do próximo ano, além de dar sugestões de como as organizações devem se preparar para este momento.

 

Innovation Xperience 3
Caio Megale

“Será um cenário desafiador e complexo, que terá seus momentos de cautela e de boas oportunidades”

 

Segundo ele, os países estão saindo de uma situação complexa como a pandemia, mas o próximo ano tende a ser ainda mais desafiador para o Brasil devido às eleições que, por “tradição”, tende a ser mais volátil.

 

Cenário geral

 

Segundo Caio, o mundo está entrando na 3ª fase da “Era Covid”. A 1ª foi que a exigiu o fechamento dos comércios e fronteiras em diversos países, com a incerteza de quanto tempo iria durar. Foi um momento em que os governos ainda estavam tentando entender o que estava acontecendo e como reagir, já que não era uma crise tradicional.

 

“Foi preciso criar programas para que as pessoas ficassem em casa sem que a economia afundasse”, disse. Então, diversos deles, como de transferência de renda, oferta de crédito, entre outros recursos, foram oferecidos à população. Já a 2ª fase foi aquela em que os setores foram se habituando ao distanciamento e voltaram a funcionar, ainda que de maneira restrita, o que permitiu o reaquecimento da economia global como um todo.

 

Caio afirmou que o Brasil foi beneficiado pela retomada econômica global durante essa 2ª fase, mas que a inflação de agora preocupa. Segundo ele, a demanda está muito forte, mas a oferta ainda sente os efeitos da pandemia. Um exemplo citado por ele é a atual crise na cadeia de semicondutores. “O comércio também voltou a crescer em vários países, mas faltam containers. Os portos não estão dando conta de tantos navios. O Banco Central está subindo as taxas para balancear a oferta e a demanda. O mundo se normalizou, agora tem que normalizar os estímulos”.

 

O especialista reforçou que pousar a economia global é um processo complexo com inúmeras variáveis. Como exemplo, ele citou quando alguns países mexem nas taxas juros, as bolsas em regiões mais emergentes também balançam, e isso deve ocorrer ao longo do próximo ano.

 

O Brasil surpreendeu com as expectativas de crescimento para este ano. Se antes a projeção era próxima de 3%, há indicativos apontando um aumento acima de 5% até o fim de 2021.

 

 

“O mundo ajudou, a vacinação funcionou, os estímulos de demanda fizeram o PIB crescer. Apesar das incertezas, viramos a curva da Covid”

 

O desafio atual é com a inflação, que surpreendeu. Enquanto as projeções apontavam cerca de 4%, deve fechar o ano próxima de 10%. A taxa de câmbio também depreciou muito. “Precisa controlar, senão as pessoas perdem renda, desorganiza a economia e põe a retomada a perder”. A alta de custos, a incerteza do ano eleitoral e a alta taxa de juros podem tornar 2022 um ano carregado.

 

A longo prazo, o especialista disse que o 5G irá gerar boas oportunidades para o país.

 

“O Brasil tem chance de avançar em conectividade e sair da armadilha de produtividade em que estamos há tanto tempo”

 

Assista à apresentação de Caio Megale na íntegra abaixo:

Se preferir, escute o SpotifyPodcast aqui.

 

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