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iXC: “A favela é potente e pode contribuir para o processo de retomada econômica do Brasil”

Assim como os países ricos do G7 e G20, um grupo de favelas se reuniu em blocos para criar ações de inovação nas comunidades e transformar a vida dos seus moradores. Essa é a proposta do G10 das Favelas, que juntou líderes e empreendedores sociais das dez maiores favelas do país. “Percebemos que, através do empreendedorismo, podemos transformar nossas vidas, gerar trabalho e renda, e fazer com que cada vez mais as nossas comunidades possam ser sustentáveis, criadoras de empregos e oportunidades”, disse Gilson Rodrigues, presidente do Grupo.

 

Innovation Xperience 3
Gilson Rodrigues

“Percebemos que, através do empreendedorismo, podemos transformar nossas vidas, gerar trabalho e renda, e fazer com que cada vez mais as nossas comunidades possam ser sustentáveis, criadoras de empregos e oportunidades”

 

Gilson e outros colegas do seu antigo grêmio estudantil começaram uma série de ações para a favela de Paraisópolis, em São Paulo, para melhorar a expectativa de vida dos moradores. Quando se deu conta, havia se tornado prefeito da comunidade e ficou reconhecido mundo afora pelas iniciativas que empreendeu. “Foram mais de 4 mil moradias construídas nos últimos dez anos, três postos de saúde, uma AMA, um CAPs, um CÉU, escolas técnicas e mais”, pontuou Gilson.

 

O líder do G10 gosta de reforçar o potencial de consumo das dez maiores comunidades brasileiras: R$ 7,7 bilhões, segundo um estudo da Outdoor Social. “A favela é potente e pode contribuir bastante dentro desse processo de retomada econômica do Brasil, porque nós não queremos fazer parte do problema, mas ser parte da solução”.

 

“A favela é potente e pode contribuir bastante dentro desse processo de retomada econômica do Brasil, porque nós não queremos fazer parte do problema, mas ser parte da solução”

 

Gilson destacou as inúmeras iniciativas que levaram progresso às comunidades e têm transformado a vida dos moradores. Há seis bancos dentro de Paraisópolis, uma grande rede de varejo que ajudou atrair cerca de 14 mil estabelecimentos comerciais da região. As ações bem-sucedidas ajudaram a levar os projetos para as outras favelas do grupo.

 

Durante a pandemia, eles criaram a própria política pública, contrataram ambulâncias com médicos particulares para atender a população. Criaram casas de acolhimento para os que precisavam permanecer isolados, uma rede de distribuição de marmitas, máscaras, e muito mais. O trabalho de mitigação da Covid-19 elaborado pelo G10 foi reconhecido com inúmeras premiações.

 

“Percebemos, então, que podíamos criar iniciativas de apoio à economia da favela para que ela não ficasse para trás durante esse processo de retomada e pudesse contribuísse com essa transformação”, explicou Gilson. Foi criado o G10 Hub, um espaço onde é mantido um conjunto de trabalhos voltados à assistência e programas de qualificação para geração de trabalho e renda. Dezoito projetos surgiram dali, entre eles, o G10 Bank, um banco criado para ser a maior rede de apoio ao empreendedor da favela e oferecer investimentos, consultoria e mentoria. O trabalho é novo, mas rendeu bons resultados. “Nós já investimos em 87 empreendedores dessas favelas, dois já são milionários”.

 

Innovation Xperience 3
Gilson Rodrigues

 

O Favela Brasil Express é um desses projetos que ajudou a destravar os CEPs dos moradores dessas comunidades. Atualmente, quem mora em determinadas regiões, não consegue comprar um produto online e receber em casa, pois aparece uma mensagem solicitando que o comprador retire o item numa loja. Em função disso, foi criada uma central para receber essas encomendas e serem entregues pelos moradores locais. Com a chegada da Black Friday, a estimativa é de entregar 200 mil pacotes em 15 dias.

 

Um dos mais recentes projetos do G10 é a Bolsa de Valores da Favela. “Criamos a plataforma com a autorização da CVM. A partir disso, nós listamos as empresas, definimos qual é o capital que pode ser ofertado, os valores. Então, cria-se uma estrutura em que essa Oferta Pública pode ser dada, de forma que essas empresas possam crescer com maturidade, gerando trabalho e renda”.

 

“Percebemos que através do empreendedorismo e da inovação conseguimos transformar nossas vidas, e fazer com que nós sejamos o agente da nossa própria transformação”.

 

Assista à apresentação na íntegra abaixo:

Se preferir, escute o Spotify Podcast aqui.

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