Os marketplaces surgem como forma de desintermediar as relações entre pessoas nas duas pontas do negócio, sendo a tecnologia a responsável por reduzir a fricção, com o desafio de manter a segurança das informações. O assunto foi o tema do painel “A revolução das plataformas: transformação digital, novas tecnologias e os marketplaces”, com a participação de Cabify, GymPass, Delivery Center, Telesul e OLX. A mediação ficou por conta de Carlos Piazza, da FIAP.
“A gente vive muito essa história de compartilhamento e colaboração. Nossa missão é colaborar com isso, com que as pessoas passem a se relacionar sem intermediário, com a tecnologia ajudando com que interajam de maneira direta e
criativa”, afirmou Maristela Calazans, porta-voz da OLX, sobre o papel principal dos marketplaces.
Carros e pessoas
A Espanhola Cabify divide espaço no Brasil com outras gigantes no mercado ainda crescente de caronas por aplicativo. A proposta da Cabify, bem como da OLX, é ser o vínculo entre pessoas. “A gente atua nessa intermediação e acredita muito no ‘mobility as a service’”, destaca Wellington Pereira, representante da empresa. “A gente acredita muito nessa
proposta e busca maneiras de integrar melhor as soluções dentro de cada cidade e voltado para cada necessidade”, destaca.
Para Andreas Blazoudakis, do Delivery Center, o Brasil ainda está engatinhando nesse processo de desintermediação. “No Brasil, ainda falta escala. Os serviços ainda não estão consolidados como na China e na Índia. Aqui é um para 30 em relação à China”, diz Blazoudakis. Ele completa dizendo que a expansão não está só no avanço do digital. “O iFood, por exemplo, tem espaço para crescer sete vezes, mas precisa de comunicação com o off-line. A visão do consumidor está orientado por um super app, mas ele ainda precisa do offline,” explica.
Regulação
Diante desse cenário de desintermediação, as empresas que fazem essa relação direta têm em suas mãos quantidades enormes de dados, que precisam de uma zeladoria especial. Para Vinícius Sala, da GymPass, o cenário regulatório mudou drasticamente, saindo das mãos do estado para ir para a mão das pessoas. “O usuário é quem, na hora da demanda, vai confirmar a quem vai entregar (seus dados). Hoje, a transformação digital permite que a regulação seja constante”, afirma.
Para Emerson Gaia, da Telesul, a desintermediação passa pela automação, que não é um processo simples, mas que precisa ser aplicada com urgência. “As empresas precisam pensar não mais visando só o retorno sobre o investimento,
mas o quanto eu perco se não fizer investimento nisso, ela precisa medir o que ela investiu versus o que ela pretende investir e quanto deixa de ganhar se não investir”, conclui.