O conceito de cidade inteligente não necessariamente está associado a uma ideia de conectividade constante. Na Alemanha, muitas cidades aprovaram políticas públicas que definiram smart city como um lugar agradável de se viver, diversa, aberta, participativa e inclusiva, eficiente, neutra em carbono, competitiva e próspera, aberta e inovadora, responsiva e sensitiva, segura e com liberdade. A tecnologia é um meio para viabilizar tudo isso.
Em outras palavras, a finalidade desse movimento é resolver os problemas na relação entre a cidade e as pessoas, tornando-as um lugar para os contribuintes possam aprimorar suas humanidades. Nesse sentido, a mobilidade urbana emerge como o ponto de partida para os mais variados planos de ressignificação das cidades ou regiões geográficas ainda maiores.
É o que vem acontecendo no estado de São Paulo. De acordo com Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran-SP e um dos convidados do Fórum, a cidade de São Paulo está às voltas com a construção dos pilares que vão garantir a smart city paulistana do futuro.
“Começamos a criar os alicerces para essa transformação digital em janeiro de 2019. No início eram apenas sete serviços. Hoje, temos mais de 140, tais como a emissão do documento do veículo digital, a CNH digital, o primeiro emplacamento do carro e muito mais”, afirma.
Hoje, segundo o Detran-SP, 86% dos serviços do Detran são digitais, ou seja, o cidadão não precisa ir a uma unidade do Detran ou do Poupatempo.
Motofrentista
Além da eficiência urbana, a construção de uma São Paulo do futuro passa por solucionar problemas que foram superlativados a partir da transformação digital. E uma delas está relacionado justamente a logística urbana, principalmente a chamada última milha: o crescente aumento de acidentes envolvendo entregadores em motocicletas.
Esses profissionais, também conhecido como motofrentistas, tornaram-se essenciais na pandemia e ajudaram as pessoas a ficarem em casa. Eles se tornaram o elo físico de uma relação digital entre consumidores e diferentes e-commerces, seja para pedir comida, fazer compras no supermercado ou até mesmo comprar objetos para o lar.
Toda essa conveniência, infelizmente, cobrou um preço – e alto. “Quando olhamos para alguns segmentos específicos da mobilidade urbana, como é o caso dos motofrentistas, notamos que eles têm sido as grandes vítimas no trânsito. Os números são impressionantes: saíamos de 19 para 40 acidentes por dia na pandemia. Isso está diretamente relacionado ao aumento de motofrentistas na rua”, explica.
Esse é um dos problemas que a cidade do futuro precisa resolver. E o momento para isso está no presente.
Perdeu as apresentações do Fórum Cidade & Mobilidade? Confira tudo o que rolou abaixo durante os dois dias de evento.
Dia 1