O PIX foi instituído pelo Banco Central com a adesão de todo o sistema financeiro. A solução vem impactar o ecossistema como um todo e facilitar a TED, reduzindo tempo de operação e custos. A proposta é também retirar de circulação boa parte do dinheiro, que é caro e cada vez menos eficiente diante do aumento das transações online.
Sobre o assunto, a IX Conference 2020 trouxe um painel chamado “Open finance – banking e PIX”, mediado pelo cofundador da Monnos, Rodrigo Soeiro Ubaldo, que instigou os participantes a explorar o potencial da nova regulação em seus segmentos de atuação.
José Mário Ribeiro Jr., CEO da Adiq Soluções de Pagamentos, aponta que o PIX deve capturar ao menos 10% das transações realizadas por dinheiro, reduzindo o que hoje responde por 31% das transações totais no País.
Para ele, porém, isso não significa que o dinheiro será tirado de circulação em breve. “É bom salientar que o Brasil tem uma diversidade muito grande, a gente tem no Brasil substituições que são demoradas. O cheque, por exemplo, que teve seu auge em 2002, ainda é o meio de pagamento usado em 30 milhões de transações todo mês”, conta.
Stéphanie Fleury, CEO da Din Din, diz que existe um boom de carteiras que devem ser favorecidas pelo PIX e pelo Open Banking por conta da integração que será possível fazer. “A gente vê um movimento democrático. No final quem ganha é o consumidor. As tarifas baixam e os produtos melhoram. São três letrinhas do PIX que mudam muita coisa. No final, é um golaço do Banco Central essa implementação em tão pouco tempo”, destaca.
Câmara de compensação
Felipe Paiva, da B3, diretor de Relacionamento com Clientes e pessoa física, aponta que a empresa, conhecida por operar a Bolsa de Valores de São Paulo, processa 70% dos TEDs e DOCs no País e que está em negociação com o Banco Central para ajudar a viabilizar o funcionamento 24/7 das transferência via PIX. “Essa regulamentação também prevê uma câmara para prover liquidez já que os bancos não abrem aos sábados e domingos. A B3 se colocou a disposição para prover essa liquidez. A gente pleiteou essa câmara e o Banco Central está para aprovar”, revela.
Segurança
Vanêssa Fialdini, sócia do Fialdini Advogados, alerta para a necessidade de as empresas se prevenirem de fraudadores, já que o Brasil é o líder mundial em fraudes bancárias. “O mercado não consegue ser mais rápido que os fraudadores, por isso os reguladores tentam trazer leis para que cada vez mais as pessoas consigam melhorar os sistemas de segurança, mas ainda assim é um volume muito grande de transações ilegítimas. A cada dia a gente percebe reguladores e empresas preocupados e desenvolvendo produtos para tentar diminuir esse cenário e sair da liderança desse mercado”, finaliza.
Assista ao painel na íntegra: