Inovação Digital e Tecnologia na Centralidade do Cliente

Investimentos e a peculiaridade do segmento de startups

O investimento é crucial para o desenvolvimento das startups e das melhores ideias e ações voltadas para a inovação. Mas nem sempre há um entendimento por parte do investidor da lógica peculiar desse tipo de investimento. Esse foi o assunto do painel liderado por Caio Ramalho, da FGV e FGVnest, “Investimento: anjo, seed, series e venture capital” da O2Oix, que contou com a presença de representantes de aceleradores e investidores.

Para Rodrigo Borges, da DOMO, ser anjo requer metodologia e assertividade. “É preciso conhecer o empreendedor e o seu time, investir um pouco em vários negócios e não focar em um só porque a chance de acerto é maior. Assim, tentar acompanhar o empreendedor, criar uma rotina para isso, conversar com ele e entender o negócio. Aprender como a startup opera”, enumera.

 

Dinheiro e mentoria

 

A Ace tem muito investimento em parceria com anjos por atuar muito no chamado ‘primeiro cheque’, com ou sem anjo dividindo a rodada. “Não é tudo às mil maravilhas, você tem anjos que, até por inocência, comprometem 40% do patrimônio líquido em cima da startup e passam a impor um nível de cobrança que não é saudável. Mas isso evoluiu ao longo dos últimos anos”, diz Arthur Garutti, da Ace Aceleratech, que atua como uma espécie de ‘investidor-anjo em escala’, como define Garutii. Ela dá metodologia e mentoria e ajuda na fase da governança das startups.

Victor Fonseca, advogado da Tozzini Freire, conta que não é incomum investidores que não estão acostumados com startups e escolhem a iniciativa como maneira de dar destino a seu capital. “É uma tragédia à vista se ele não entender que é risco e demora para recuperar, se ele começar a vetar operações. Isso limita a capacidade de inovação e mata o negócio cedo, alerta. “O contato que temos com as startups possibilitou entender como pensam empreendedores, empresas e investidores e alinhar expetativas”, completa.

 

Fit entre dinheiro e projeto

 

Para Edson Rigonatti, da Astella Investimento, o que faltava é dinheiro. Já não falta mais, porém, há ainda um descompasso entre o que o desenvolvimento da inovação precisa e o que os investidores estão esperando. “Aqui, temos mais investidor-pecador que investidor-anjo”, critica o porta-voz em tom de brincadeira. “Por outro lado, todos os fundos de early stage estão captados. Muito dinheiro também descendo a partir de fundos maiores”, destaca.

A combinação ainda não azeitada totalmente entre talentos, oportunidade e dinheiro é questão de tempo para ficar no ponto. É o que entende Leandro Corrêa, da Rocket Internet. A última fase de maturação está na adequação de alguns comportamentos do investidor. “É preciso entender que ambiente e bolsa e startups são bem diferentes e é preciso entender também que o fundador apostou, muitas vezes, todo o seu dinheiro e que ele, mais que o investidor, está buscando o retorno”, pondera.

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