A plataformização financeira, fenômeno de digitalização das transações financeiras de empresas de meios de pagamento e fintechs, segue como tendência de fidelização dos clientes.
A oferta de serviços financeiros dos mais variados segmentos faz com que o cliente, muitas vezes, tenha uma experiência de compra invisível. O surgimento de fintechs e startups permitiu o desenvolvimento de soluções financeiras específicas. Marlon Tseng, gerente geral da PagSmile, diz que o ideal é conhecer o próprio cliente para saber quais serviços ofertar.
“Quando você tem uma base de clientes muito grande as soluções financeiras que estão nas prateleiras dos bancões muitas vezes não atendem as necessidades dos clientes. Essa plataformização permite que as empresas vão além do produto e serviço principal, agregando com serviços financeiros no seu ecossistema. Com o avanço da tecnologia isso acabou permitindo de uma forma muito mais fácil através de soluções de pagamento embutidos dentro do aplicativo, você acaba mantendo a fidelidade dos seus clientes e atende as necessidades dele.”
Já Ravel Lage, CEO PaGol, alerta que o processo de plataformização não é barato, por isso, é preciso ter consistência no projeto além de ser conservador.
“Aproveitar a oportunidade que existe dentro do ecossistema, entregando aquilo que o cliente demanda, mas que os bancos tradicionais porque não faz sentido. A gente é uma instituição financeira pensando no viajante, por isso, a gente tem esse apetite diferente.”
Guilherme Nazar, diretor geral da Binance no Brasil, alerta que há dois tipos de plataformização: de empresas e do cliente final. “Hoje temos ecossistema bem desenvolvido e quando falamos em plataformização podemos falar do indivíduo como de empresas. Através da plataforma de blockchain foi possível dar acesso para que novos projetos pudessem ser desenvolvidos em cima dessa plataforma e
muitos projetos obtendo dinheiro de uma forma mais barata que até pouco tempo não existia. Pensando em clientes finais é um mercado onde acesso aos produtos financeiros ainda é restrito”, argumentou.
Venâncio Velloso, sócio da Genial Investimentos, conta que uma demanda de cripto fez com que a corretora abrisse contas digitais para seus investidores e para o mercado transformando o capex em nova fonte de receita, ajudando na fintechzação de serviços financeiros. “A gente foi um dos primeiros bancos a abrir as portas para esse mercado de cripto entendendo que era o futuro e com o crescimento do mercado bitcoin outras exchanges vieram atrás da gente para utilizar nossa conta digital.”
Marcela Zonis, diretora do Inter Shop, ressalta que há desafios operacionais por fata de controle de todo o processo da cadeia de venda ou oferta de serviço ao cliente. “A gente saiu de um mundo físico 100% controlado pela gente, produto 100% nosso, para um mundo em que o pacote não chega, o voo atrasa e a gente tendo que manter o nosso nível de excelência em serviço”, disse.