Em novembro do ano passado, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, sancionou uma lei que regulamenta a atividade das chamadas dark kitchens – ou cozinhas industriais que atuam dentro de aplicativos de refeições. Na esteira desse debate, outro assunto começa a chamar a atenção dos reguladores municipais: são as dark stores. Mas você sabe o que é isso?
Dark stores, também conhecidas como “ghost stores” ou “dark supermarkets“, são centros de distribuição ou armazéns que operam exclusivamente para atender aos pedidos de compras online. Ao contrário das lojas físicas tradicionais, as dark stores não estão abertas ao público em geral e não têm como objetivo atender diretamente aos clientes no local.
Funcionamento e localização
As dark stores são projetadas para otimizar a eficiência no cumprimento de pedidos online. Elas são configuradas com racks de armazenamento, estoque e sistemas de gerenciamento de pedidos. Os funcionários são responsáveis por coletar os itens solicitados pelos clientes e prepará-los para entrega ou retirada.
Essas instalações são frequentemente localizadas em áreas urbanas, próximas a centros populacionais, para garantir tempos de entrega mais curtos. Elas são geralmente menores do que as lojas físicas tradicionais, pois não precisam acomodar o tráfego de clientes e podem ser otimizadas para o atendimento eficiente de pedidos online.
Conexão com o comércio eletrônico
As dark stores ganharam popularidade com o crescimento do comércio eletrônico, pois permitem que as empresas de varejo atendam a uma demanda crescente por entregas rápidas e eficientes. Essas instalações ajudam a separar as operações de cumprimento de pedidos das operações de varejo físico, permitindo que as empresas se concentrem exclusivamente no atendimento das compras online.
Uma vantagem das dark stores é o custo: normalmente, ele é menor e até mesmo tabelado. É apontado como o modelo ideal para pequenos comércios eletrônicos
Grandes varejistas de olho
Exemplos ao redor do mundo não faltam, incluindo varejistas globais. Amazon, Carrefour, Target e Walmart são apenas alguns exemplos de grandes empresas que abriram lojas sem circulação de pessoas.
Grin Store
No Brasil, a Grin Store é um exemplo de dark store com sede em São Paulo. Em suma, a empresa armazena produtos, gerencia o estoque e realiza o apoio logístico da chamada última milha (a entrega para o consumidor final).
Além de São Paulo, a startup atua em Belo Horizonte e também no Rio de Janeiro.
ASOS: roupas por APP
No setor de vestuário, outro exemplo é a ASOS, uma loja online de moda e estilo de vida, com sede no Reino Unido, que oferece uma ampla seleção de roupas, acessórios e produtos relacionados. Para agilizar o processo de atendimento de pedidos e melhorar a eficiência logística, a ASOS implementou dark stores em algumas localidades e tem ajudado mais de 900 pequenos negócios.
Essas dark stores da ASOS funcionam como centros de distribuição dedicados exclusivamente ao processamento e envio de pedidos online. Elas são projetadas para armazenar e organizar o estoque de produtos de forma eficiente, permitindo que a empresa atenda rapidamente aos pedidos dos clientes.
Ao estabelecer dark stores em diferentes regiões, a ASOS consegue reduzir o tempo de entrega e melhorar a experiência do cliente. Isso ocorre porque a proximidade das dark stores em relação aos clientes finais permite que os pedidos sejam despachados mais rapidamente, resultando em prazos de entrega mais curtos.
A implementação de dark stores pela ASOS é um exemplo de como o setor de moda e varejo online está se adaptando para atender às expectativas dos consumidores em relação à rapidez e conveniência nas compras de roupas e acessórios pela internet.