Inovação Digital e Tecnologia na Centralidade do Cliente

Personalização e capacitação: os segredos para a inclusão digital das PMEs

A digitalização das micro, pequenas e médias empresas – acelerada pela pandemia – tornou-se uma questão de sobrevivência para as companhias.

A digitalização das micro, pequenas e médias empresas – acelerada pela pandemia – tornou-se uma questão de sobrevivência para as companhias. Se o processo de inclusão digital não for conduzido de maneira adequado e eficaz, com todos os canais funcionando corretamente, além de personalizado – considerando-se as dores de cada empreendedor – muitas dessas empresas correm o risco, inclusive, de desaparecer.

Essa é a opinião de Fábio Fiorini, CEO e fundador da Noby – plataforma de gerenciamento de vendas e educação comercial para micro, pequenas e médias empresas. Em entrevista ao portal Inovativos, o executivo fala dos desafios da digitalização e de que forma a inclusão digital pode ser decisiva para a perenidade dos negócios.

“Na esfera comercial, os empresários podem crescer muito com a digitalização, que, por sua vez, contribui para o aumento da eficiência operacional. Ao aumentar a eficiência, a digitalização acaba impulsionando a produtividade e incrementando os resultados”, explica. Confira a entrevista com Fábio Fiorini:

fabio fiorini
Fábio Fiorini, CEO da Noby

Inovativos – Como atrair novas empresas e empreendedores para o universo digital?

Fábio Fiorini – Isso demanda processos de comunicação e de sensibilização constantes, além da aproximação com órgãos públicos. Esses processos fazem com que, levando-se em conta as dores dos empresários, sejam oferecidas soluções personalizadas para que cada um deles se engaje da melhor forma possível.

Inovativos – Como a digitalização pode auxiliar as PMEs a aumentar suas vendas e melhorar seus processos internos?

Fábio Fiorini – Com a pandemia, abriram-se as portas dos canais digitais, apesar da manutenção, em muitos casos, dos pontos físicos de venda. Na esfera comercial, os empresários podem crescer muito com a digitalização, que, por sua vez, contribui para o aumento da eficiência operacional. Esse processo passa pela adoção de ferramentas de automação, que atualmente estão mais acessíveis e baratas. Ao aumentar a eficiência, a digitalização acaba impulsionando a produtividade e incrementando os resultados.

Inovativos – E quanto aos desafios? Quais as principais dificuldades enfrentadas pelas PMEs no processo de inclusão digital?

Fábio Fiorini – Existem as dores cíclicas, que permanecem ao longo do tempo, entre elas a alta carga tributária, dificuldade de acesso ao crédito, concorrência acirrada e desleal, falta de capacitação de mão de obra, instabilidade econômica, entre outras. Também existem as dores próprias da digitalização e da inovação, como a falta de recursos financeiros para investir em tecnologia, dificuldades de adaptação às inovações, de saber como trabalhar de forma segura, a questão da concorrência com as grandes empresas, entre outras.

Com base nessas dores, é preciso atuar em alguns pilares: qualificação diferenciada e personalizada dos empresários, com base nas dores individuais e nos estágios de negócios de cada empresa; qualificação da mão de obra por meio da aproximação entre empresas e universidades; aproximação das empresas com o ecossistema das startups, visando soluções eficazes e escaláveis; envolvimento das big techs e grandes marketplaces no processo de qualificação e digitalização das PMEs; além da implementação de grupos visando a aceleração da execução dos planos.

Inovativos – Qual a importância da identificação e implementação de iniciativas que auxiliem na formalização das PMEs?

Fábio Fiorini – A informalidade deixa muitos empresários excluídos do processo de crescimento. Os informais precisam entrar para o ecossistema de transformação profissional. Dentro do pilar de qualificação, precisamos sensibilizar esses empreendedores para que eles enxerguem os reais benefícios da formalização.

Inovativos – E quanto ao letramento digital? Qual a importância da definição de condutas e boas práticas em plataformas digitais?

Fábio Fiorini – Essa é uma questão inegociável. Qualquer processo educacional deve ter um forte compromisso com a formação de princípios e valores. Além da parte ética e de boas práticas, é preciso conscientizar cada vez mais que as empresas, independente de seu porte ou ramo de atividade, se relacionam e negociam com pessoas, com seres humanos. Dessa forma, o desenvolvimento deve ser apoiado no respeito e na valorização das relações individuais e pessoais.

Inovativos – Você assumiu recentemente a liderança do Comitê de Inclusão Digital do Movimento Inovação Digital (MID), entidade que reúne mais de 150 empresas representativas do ecossistema. Quais seus projetos à frente do Comitê?

Fábio Fiorini – Queremos transformar as micro, pequenas e médias empresas, que correspondem a 98% das empresas no Brasil e que geram mais da metade dos empregos no setor privado. Esse universo nos traz um grande desafio. Se elas não entrarem no universo da digitalização, ou não se digitalizarem de forma eficaz, com os canais digitais funcionando corretamente, muitas delas podem desaparecer. Assim, temos o desafio de engajar diversos atores da sociedade, do mercado privado e da esfera pública para, juntos, fazermos com que essas empresas prosperem de forma correta, incorporando a digitalização em seus processos. Esse é o nosso principal propósito.

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