Embora não pareça à primeira vista, as artes e os processos quase robotizados de uma empresa possuem muitas semelhanças. Ambos, por exemplo, transitam o tempo todo entre as ciências exatas e humanas. E isso ocorre com uma frequência maior do que muita gente imagina.
O paralelismo entre arte e negócios, algo que muitos especialistas definem como economia criativa, foi o ponto de partida da palestra “Arte como inspiração de liderança e inovação”, ministrada por George Leal Jamil, escritor, consultor de gestão e tecnologia com experiência internacional, e que ocorreu na quarta edição do Club iX – uma iniciativa do Grupo iX com parcerias e apoios do Movimento Inovação Digital (MID), AeC e Microsoft. Foi mais uma oportunidade para um bate-papo sobre inovação e economia.
A arte como registro
Segundo Jamil, a obra de arte, de uma maneira geral, tem a função de motivar, provocar e resultar em opiniões dos espectadores que assistem, interagem e buscam uma interpretação sobre a obra do autor.
Jamil citou como exemplo a pintura do francês Jacques-Louis David, intitulada “A coroação de Napoleão Bonaparte”, de 1807. No entanto, para o espectador mais desatento, a obra guarda uma espécie de “pegadinha”. Ao contrário do título do autor, o que realmente vemos na obra é uma auto coração à fórceps, testemunhada por velhos nobres franceses incrédulos.
Para Jamil, essa é a primeira lição sobre a arte: o ponto de vista. O autor produziu uma obra para ser reverenciada, muito embora exista margem de segurança para uma espécie de relativização sobre o feito de Napoleão. “Tudo depende dos olhos de quem está interpretando. E essa é a primeira mensagem que gostaríamos de deixar para as empresas: a mensagem que estamos enviando”, explica.