Expressão clichê é um dos grandes inimigos da norma culta escrita, mas que o povo adora usar no dia a dia. É uma construção usada à exaustão, o que normalmente facilita a comunicação entre pessoas. Porém, quando falamos em textos criativos, ela realmente representa uma praga.
Podemos encontrar essas frases em todos os lugares, inclusive no mundo dos negócios. Frases como “cliente no centro do negócio” até são bem intencionadas, mas se tornam irritantes pelo excesso de uso, ou pior: nem sempre exprimem a verdade.
O pior clichê do mundo corporativo, no entanto, é outro. É a repetição de processos ou rotina antiquados e que possuem uma hierarquia altamente verticalizada, quase fordiana. Dentro dessa organização, a inovação é baseada em um momento “eureca” de um alto gestor no alto de sua iluminação criativa. Nos dias de hoje, não há mais espaço para esse tipo de cultura.
Confira o que Romeu Busarello, publicitário, consultor e professor, pensa sobre o tema:
“Em uma escola clássica, 80% dos professores precisam ser mestres ou doutores. Ocorre que as escolas não abordam temas como ESG ou inteligência artificial sob a alegação de que falta literatura sobre esses temas. Assim, não se ensina esses temas pelo modelo de ensino que temos. No fim, quem realmente sabe sobre isso é o guri, que se informa a partir de outras fontes” .
“No meu cotidiano, 70% dos meus problemas são inéditos. Não é lendo apenas Philip Kotler (referência acadêmica entre os publicitários) que vamos mudar isso”.
“Precisamos ter coração de estagiário ou mindset de iniciante. Muitas empresas atraem os escassos talentos mais jovens justamente porque possuem um propósito. Porém, nenhuma empresa vive apenas de uma causa. É preciso equilibrar o show me the meaning com o show me the money. A empresa precisa dar resultado”.