5G: um olho nas possibilidades, outro na segurança

A chegada do 5G à realidade brasileira traz enormes possibilidades aos negócios, e também a necessidade de se pensar nas implicações futuras. Os assuntos foram analisados no painel “5G na gestão dos negócios: novos paradigmas em big data, IOT e cibersegurança”, que ocorreu na Innovation Xperience Conference, evento do Grupo iX, correalizado em 2022 com a SP negócios. A iniciativa conta com o apoio do Movimento Inovação Digital e FecomercioSP.

Uma gigante do software alerta para os riscos. Maiko Oliveira, especialista técnico sênior da Microsoft, revela que uma pesquisa da empresa detectou a ocorrência de 921 tentativas de ataques virtuais por segundo. Para que o usuário se previna, ele recomenda o uso constante do segundo fator de autenticação. “Isso torna a vida do atacante muito mais difícil. A camada da identidade é geralmente a mais vulnerável. Então, convém colocar sempre um nível a mais de proteção na identidade.”

Oliveira, que trabalha tanto com segurança quanto com conformidade, afirma que a empresa segue investindo para aumentar o alcance da tecnologia. “Temos feito investimentos para conectar a plataforma a camadas de inteligência artificial, IOT [internet das coisas] e big data, de forma a habilitar negócios para que se expandam. A quantidade de dados que vamos processar daqui por diante é colossal, então essa atuação é crucial”, observa.

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A conformidade é o foco do trabalho de Isabela Maiolino, coordenadora-geral de normatização da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). “Como garantir a privacidade dos cidadãos? Hoje há mais dados em circulação, transitando em uma velocidade muito maior, o que aumenta a preocupação com a segurança. Temos que criar regulamentações que contemplem processos rápidos, para proteger os dados, mas sem barrar a inovação. Esse é o desafio”, resume.

“As empresas precisam ser criteriosas quanto às informações que pedem dos clientes. É bom considerar que, quanto mais dados forem armazenados, mais podem vazar e acarretar em responsabilização. Quando vamos a um estabelecimento comercial e nos pedem nome, telefone, e-mail, CPF, devemos sempre perguntar para qual finalidade estão solicitando. Se a resposta não for satisfatória, não devemos informar. Temos que criar uma cultura de proteção de dados”, orienta Maiolino.

Emanuelle Oliveira, diretora de inteligência de dados na Secretaria de Governo Digital, vinculada ao Ministério da Economia, compartilha da apreensão em relação à segurança. “Vamos comemorar esta semana 140 milhões de contas na plataforma gov.br. Nossa preocupação constante é mantermos segura a jornada do cidadão. Eu não passo a chave da minha casa para todo mundo, então precisamos ter esse controle, adotando critérios mais cuidadosos com nossos dados”, afirma.

Quando ocorrem vazamentos de dados, fatalmente quem entra em cena para resolver o litígio é um advogado, área de atuação de Carla do Couto Hellu Battilana, sócia do Tozzini Freire Advogados. “A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é relativamente nova, tem apenas quatro anos, então a cultura de privacidade ainda não está totalmente estabelecida nas organizações. Para evitar problemas, trabalhamos com o conceito de privacy by design, ou seja, desde a concepção do contrato é preciso estabelecer quem terá acesso aos dados e como serão usados”, ensina.

Já Cleverson Arashiro, vice-presidente global de Infosec & IT Infra na Loft, preocupa-se em acompanhar o passo das transformações. “O 5G está trazendo benefícios e mais complexidade de problemas. Estimamos que já existem mais de um milhão de dispositivos móveis em uso por quilômetro quadrado, nas áreas urbanas. Estamos falando de um desafio inédito para os centros de processamento de dados. Se pensarmos que o 5G tem até 2029 para entregar a totalidade da infraestrutura prometida, será que até lá já não haverá outra tecnologia melhor?”, questiona.

Nycholas Szucko, conselheiro da Blockbit, TecKids e do Movimento Inovação
digital (MID), destaca as vantagens. “O 5G vai aumentar a velocidade de conexão em 20 vezes. Nos lugares mais remotos do Brasil vamos ter uma experiência melhor. No agronegócio, por exemplo, o uso da telemetria vai levar a outro patamar de eficiência.”

Acompanhe o painel na íntegra no nosso podcast ou Youtube:

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