O setor bancário brasileiro está colocando a Inteligência Artificial no centro de sua estratégia tecnológica em 2025. De acordo com o 1º volume da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, realizada pela Deloitte, os bancos projetam um crescimento de 61% nos investimentos em IA, Analytics e Big Data neste ano — com foco especial em aplicações de Inteligência Artificial Generativa (GenAI).
O movimento faz parte de um orçamento total de R$ 47,8 bilhões destinado a tecnologia, um avanço de 13% em relação a 2024. Nos últimos cinco anos, os aportes em tecnologia cresceram 58,4%, impulsionados por uma agenda que combina inovação, eficiência e segurança digital.
Mais de 80% dos bancos participantes já utilizam GenAI em suas operações e relatam ganhos concretos de produtividade. Em média, houve um aumento de 11,4% na eficiência dos processos após a adoção da IA generativa — e, em 38% das instituições, esse salto foi superior a 20%.
Além de eficiência e redução de custos (apontados por 74% dos respondentes como os principais benefícios da IA), a tecnologia está sendo aplicada para personalizar serviços, prever comportamentos e reforçar a segurança de dados.
A pesquisa também destaca a importância da convergência tecnológica: o avanço da GenAI vem acompanhado de um crescimento de 59% nos investimentos em Cloud, essencial para suportar a escalabilidade e a sofisticação das aplicações de IA. Todos os domínios de negócio avaliados — como Open Finance e Pix — passaram por algum estágio de migração para nuvem no último ano, especialmente em bancos com maior maturidade em inteligência artificial.
Para sustentar esse novo patamar tecnológico, os bancos estimam investir R$ 1,4 bilhão na melhoria da experiência dos colaboradores, além de ampliar em 15% o número de profissionais da área de TI em 2025. As funções mais demandadas são desenvolvedores de software, especialistas em segurança da informação e cientistas de dados.
“O investimento em pessoas deixou de ser apenas uma necessidade operacional e passou a ser uma alavanca estratégica. É dessa combinação entre tecnologia e capital humano que surgirão as soluções mais transformadoras para o setor”, destaca Sergio Biagini, sócio-líder para Financial Services da Deloitte Brasil.
A GenAI, antes vista como tendência, agora se consolida como pilar da transformação digital do setor financeiro — com impactos profundos não apenas nos processos internos, mas na forma como bancos se conectam com clientes, inovam produtos e antecipam o futuro.