Lançado em novembro de 2020, o Pix cresceu rapidamente e se tornou o método de pagamento mais popular do Brasil em número de transações. Ou seja, por aqui, como não poderia deixar de ser, o Pix se mostra fortemente consolidado como um dos meios de pagamento mais querido do brasileiro, representando 30% das transações do país em 2023. É o que aponta o relatório The Global Payments Report 2024.
A 9ª edição da pesquisa, realizada pela Worldpay – líder global em soluções de meios de pagamento – traz um mapeamento de 40 mercados que representam 88% do PIB global. Desenvolvido em 5 regiões do mundo, o estudo destaca não apenas o atual cenário dos meios de pagamentos em todo o mundo, mas também aborda projeções para os próximos quatro anos.
“Estamos vivendo uma imensa transformação no universo dos meios de pagamentos. Hoje, as inovações digitais geram uma variedade cada vez maior de tipos de pagamento. E os consumidores, que nunca tiveram tantas opções para realizar pagamentos, esperam nada menos do que a perfeição na hora de fazer seu checkout”, comenta Juan Pablo D´Antiochia, vice-presidente sênior da Worldpay para a América Latina.
Entre os meios de pagamento mapeados pela pesquisa estão o tradicional cartão de crédito – ainda muito utilizado no país por oferecer opção de parcelamento -, cartão de débito, pagamentos instantâneos – Pix (A2A – Account to Account), dinheiro em espécie, carteiras digitais e ainda, o Buy Now Pay Later (“Compre agora, pague depois”), uma espécie de crediário digital, mas que não utiliza o limite do cartão de crédito do consumidor.
“Este é um momento de possibilidades ilimitadas para consumidores, estabelecimentos comerciais e para a indústria de pagamentos que os conecta”, declara Juan Pablo D´Antiochia.
Meios de pagamento no Brasil
O relatório apontou que a facilidade, agilidade, baixo ou zero custo por transação, além da segurança, fizeram com que o Pix se tornasse um sucesso na sua rápida adoção e um caso incomparável em todo o mundo. Apontado como líder em pagamentos em tempo real, o Pix vem integrando novas soluções e ampliando a sua abrangência, e tem projeção de atingir 50% do valor de todas as transações no e-commerce no Brasil até 2027, conforme o estudo da Worldpay. De acordo com a pesquisa, somados
cartões de crédito e Pix, temos 70% das transações realizadas no Brasil, no e-commerce.
Assim como no restante da América Latina (com exceção do Chile apenas), o cartão de crédito segue na liderança de pagamentos também no Brasil, com 40% das transações no e-commerce, e 36% nos pontos de venda. Ao oferecer a facilidade de pagar parcelado, uma peculiaridade do Brasil, o crédito deverá ser ultrapassado pelo Pix nos próximos anos, e nos pontos de venda haverá uma queda, passando para 30%.
Já quando o assunto são as carteiras digitais, estas ainda encontram muito espaço e potencial para um rápido crescimento. Com um mercado de e-commerce de U$ 790 bilhões (Brasil), as carteiras digitais começam a ganhar mais espaço, e já contam com 16% do valor transacionado no e-commerce. Hoje, globalmente, as principais estatísticas das carteiras digitais são: E-commerce (US$ 3,1 trilhões); Ponto de Venda (US$ 10,8 trilhões); e um total de (US$14 trilhões).
A previsão de crescimento para as carteiras digitais entre 2023-2027 são: E-commerce: 15% CAGR (Taxa de crescimento anual composta); e Ponto de venda, 16% CAGR. Já para o ano de 2027, as projeções são de: E-commerce (US$ 5.4 trilhões); Ponto de Venda (US$ 19.6 trilhões); e um total de US$ 25 trilhões.
“Hoje, as carteiras digitais estão crescendo exponencialmente, e já são o meio preferido para pagamentos na Ásia, Europa e América do Norte. Este método deverá liderar os pagamentos em e-commerce em todas as regiões globalmente até 2027”, comenta Juan Pablo D´Antiochia.
Já o dinheiro em espécie ainda marca presença, com 22% das transações (em 2022 este número era de 26%), e a projeção é de chegar a 12% em 2027. Esta modalidade de pagamento vem perdendo espaço para os métodos digitais – mais práticos e convenientes para os mais variados perfis de consumidores, não apenas para os mais jovens. Mesmo assim, o dinheiro físico continua tendo sua relevância para uma parcela importante da população, para a realização de pagamentos em momentos emergenciais, e ainda para momentos em que os consumidores buscam por descontos nos pequenos comércios.
Meios de pagamento na América Latina
Em relação à América Latina, a Argentina lidera a região em pagamentos de comércio eletrônico com as carteiras digitais – quase o dobro de transações do Brasil; e o dinheiro físico é o método mais usado nos pontos de venda. O Chile por sua vez, tem um dos menores índices de desbancarizados na região, tanto que o Banco Mundial relatou que 87% dos consumidores chilenos pesquisados (2021) tinham algum tipo de conta financeira. Esta forte inclusão financeira no Chile ajuda a diferenciar o país no uso de cartões de débito – hoje, o principal método de pagamento online (31%) e em PDVs (37%).
Já na Colômbia, os A2A (Conta a Conta) representaram 25% do valor do e-commerce em 2023 e devem crescer 20% CAGR entre 2023-2027. Os estabelecimentos mexicanos estão entusiasmados com o DiMo (Dinero Movil – um serviço de conta a conta que funciona no SPEI, o sistema de liquidação bruta em tempo real do México), na esperança de que ele reduza os custos de aceitação de pagamentos. No México, a previsão de crescimento do Conta a Conta, de 19% CAGR de 2023-27, veria a participação deste meio de pagamento aumentar de 6% para 8% dos gastos online, dependendo da escolha do consumidor em um mercado historicamente muito estável.
Cenário Global
As carteiras digitais lideram o e-commerce na Europa em geral, com destaque para cinco mercados (Dinamarca, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido). Representando 30% do valor transacionado no e-commerce em 2023, deverão crescer 17% CAGR até 2027, quando representarão cerca de 40% do valor do e-commerce.
Os cartões de débito, por sua vez, são esmagadoramente preferidos pelos europeus no ponto de venda e representam 41% do valor transacionado nos PDVs em toda a Europa em 2023 – mais de US$ 2,7 trilhões – quase o dobro da participação dos cartões de crédito (21%). Por fim, o estudo concluiu que a adoção de carteiras digitais está acelerando nos PDVs na Europa.