No mundo globalizado em que vivemos, as empresas digitais lutam para inovar no mercado em que atuam e estudam formas de expansão no cenário internacional. Mas será que é fácil conseguir empreender com sucesso no exterior?
Para responder a essa e outras questões, o Innovation Xperience Conference – uma iniciativa do Grupo Innovation Xperience (Grupo iX) – promoveu um painel com grandes players do mercado mediado por Marcos Carvalho, diretor-geral do Movimento Inovação Digital (MID).
De acordo com os especialistas, entre os principais desafios da internacionalização dos negócios, além dos recursos financeiros, estão a burocracia, a identificação da demanda local e uma rede de distribuição eficiente para cada região.
“Você tem que começar a pensar na internacionalização no momento certo porque você tem que pensar na estrutura. Existe um ciclo de vida da expansão”, afirmou Juan Pablo D’Antiochia, vice-presidente sênior da Worldpay.
O executivo afirmou que a empresa tem o desafio de expandir a operação em serviços domésticos que façam sentido. Após começarem o processo de internacionalização pela Argentina, a Worldpay mirou o mercado colombiano. “É muito difícil fazer esse mercado de expansão com recursos próprios, então é preciso entrar no Novo Mercado”, disse D’Antiochia.
A general manager da Hotmart, Nathalia Cavalieri, questionou qual o momento ideal para iniciar o processo de internacionalização. No comando da empresa de tecnologia que foi fundada em 2011, ela conta que em 2014 a Hotmart estava com uma sede na Holanda e depois em Madrid, na Espanha. Hoje, já são sete escritórios espalhados pelo mundo e um faturamento de mais de R$ 30 bilhões com a venda de e-books e conteúdos em mais de 188 países.
“A Hotmart faz parte de uma economia com baixíssima barreira geográfica. A gente começou a mapear mercado que tinha sinergia com os dados e modelo de negócio. De fato, a tecnologia está apoiando isso, a inteligência artificial está quebrando muitas barreiras”, disse.
Diogo Lopes, CFO da Gol e Smiles, falou sobre o dilema de como crescer no exterior com programas de milhas. “O principal desafio é saber se o produto do Brasil dará certo no exterior nas mesmas condições, entender o que o cliente quer em outro país. Eu não sei se o produto que a gente tem aqui vai ser aceito em outro lugar. Outro desafio foram as barreiras societárias, a parte de contabilidade como um todo e fazer entender um negócio novo como o programa de fidelidade.”
Já o diretor de soluções para o Consumidor & Inteligência da Globo, Rodolfo Bastos, destacou que a Globo já é internacional há muito tempo e o foco agora é dar mais visibilidade ao Globoblay, streaming da maior rede de televisão brasileira.
“Quando a gente percebeu que os brasileiros não estavam mais no Brasil, vendemos a novela enlatada e, em Portugal, tivemos canal pago nas principais distribuidoras. Com a tecnologia vimos a possibilidade de dar um passo além que é com o streaming, levando o Globoplay pra fora também”, disse.
Apesar do sucesso mundial com as novelas, a Globo busca lojas parceiras de aplicativos no exterior para permitir a aquisição do Globoplay. “O que a gente fez foi mirar o consumidor que nos conhecia e saiu do país e procurar os mercados em que as novelas têm apelo muito forte. Outro ponto é a forma de pagamento, de como expandir para o comprador local”, declarou Bastos.
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