Na era digital, muito se tem falado das tecnologias exponenciais. Em suma, trata-se de soluções capazes de impactar a população como um todo, com produtos e serviços mais eficazes que as alternativas vigentes e a custos mais acessíveis. Alguns exemplos são a inteligência artificial e a ciência de dados, que usa métodos para analisar uma grande quantidade de dados e obter insights valiosos a partir deles.
Mas há também a internet exponencial, tema de painel realizado no evento Innovation Xperience Conference, uma iniciativa do Grupo Innovation Xperience (Grupo iX). Com mediação de Nycholas Szucko, conselheiro de TI & Cibersegurança do Movimento Inovação Digital (MID), o painel reuniu especialistas que debateram os desafios para uma web segura, baseada em dados e hiperconectada.
Na opinião de Szucko, a internet exponencial já é uma realidade e podemos esperar muito mais para os próximos anos. “Caracterizada por um crescimento acelerado e cada vez mais conectada, ela possui uma capacidade de processamento de dados cada vez maior. Com inovação e tecnologia, vem transformando radicalmente as interações sociais, os modelos de negócio e a infraestrutura global”, afirmou.
Prevenção a fraudes
Apesar de transformar os modelos de negócio, a internet exponencial, baseada em dados e hiperconectada, também está sujeira a fraudes. De acordo com Samanta Oliveira, DPO do Mercado Livre e líder do Comitê de Privacy do MID, a cada 40 transações por segundo no universo online, uma delas é vítima de fraude.
“Isso mostra a importância da segurança da informação para a prevenção a fraudes. As empresas coletam dados não apenas porque querem, mas principalmente para proteger seus clientes de tentativas de fraudes”, explicou.
Segundo Ricardo Raposo, diretor of Data and Analytics da B3, a criação de estruturas colaborativas, além de ajudar a combater fraudes, também reduz custos e melhora a relação com o cliente. “Por meio da colaboração chegaremos a um grande patamar de eficiência. E para que essa maturidade aconteça, precisamos ter proteção, regulação e o indivíduo respeitado no direito dele”.
A segurança, no mundo digital, se tornou um importante fator habilitador de negócios e não existe transformação digital sem segurança. Essa é a visão de José Luiz Santana, CISO do C6 Bank. “É preciso um maior letramento digital da população para evitar fraudes. A tecnologia existe e não é um problema. Além disso, o uso de dados de forma massiva ajuda no combate a fraudes enquanto a sociedade não chega a um conhecimento suficiente dos riscos digitais”, destacou.
Já para Igor Freitas, vice-presidente de Tecnologia e Inovação da Zamp, o valor agregado da segurança vem na medida em que um produto é criado. “Ele precisa ser pensado de forma que as tecnologias hoje disponíveis no mercado componham uma solução que seja adequada e que atenda requisitos mínimos de segurança, tornando o produto factível na geração de receita”, concluiu.