Inclusão digital pode ser definida como a adoção de ferramentas e plataformas por pessoas e empresas, democratizando o acesso de mais indivíduos às possibilidades e oportunidades econômicas e sociais das tecnologias. No caso das empresas, a inclusão digital rompe barreiras e amplia mercados. Mas apesar de todo seu potencial, há desafios a serem superados.
Para debater os benefícios e desafios da educação e da inclusão digital para as empresas, principalmente as pequenas e médias, o Innovation Xperience Conference – uma iniciativa do Grupo Innovation Xperience (Grupo iX) – realizou um painel com importantes lideranças do ecossistema digital. A mediação foi de Vitor Magnani, presidente do Movimento Inovação Digital (MID). Na pauta, temas como inclusão digital, acessibilidade, mercado de trabalho e oportunidades de empreendedorismo nas comunidades foram alguns dos destaques.
Oportunidades
De acordo com Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, há um grande cenário de oportunidades nas comunidades, muitas vezes não reconhecidas pelo mercado. “O nosso trabalho é voltado para um público esquecido, que são as favelas. Lá tem gente querendo empreender, estudar, trabalhar, mas ainda encontra várias barreiras territoriais e digitais”, afirmou. “Existem oportunidades nas favelas e o mercado precisa reconhecer esse público como consumidor. Quando tudo isso mudar, veremos um grande potencial surgindo das comunidades”.
Paulo Silveira, CEO e cofundador da Alura, destacou o avanço da educação no Brasil e citou a importância da democratização e inclusão na formação do cidadão. “A maioria das pessoas com ensino superior completo ainda vêm das classes sociais mais altas. Apesar disso, ainda consigo enxergar um avanço na educação, que precisa ser mais democrática e inclusiva. Acredito que isso vai demorar mais um pouco, porém se cada um fizer a sua parte, e conscientizar as pessoas da importância de tornar a educação mais inclusiva, logo destravaremos isso”, alertou.
No SEBRAE, a dificuldade do acesso à tecnologia também é uma preocupação. Ivan Tonet, coordenador de Mercados e Transformação Digital, acredita que as pessoas devem ser constantemente incentivadas a abraçar as ferramentas tecnológicas e não a fugirem dela. “Muitos deixam de usar a tecnologia por falta de orientação e acabam ficando assustadas com o que veem. Nós, como lideranças, devemos fomentar cada vez mais o uso de ferramentas tecnológicas. Caso contrário, elas continuarão reclusas desses recursos”, explicou.
Acessibilidade
A falta de acessibilidade à tecnologia é um dos fatores que atrapalha os negócios das companhias, já que dificulta sua entrada em novos mercados. “Precisamos trabalhar para mudar isso, além de pensar em recursos em educação e preparação para desenvolver novas soft skills nos estudantes”, comentou Thiago Françoso, vice-presidente de Empregabilidade da Wadhwani Foundation.
Pasi Loman, country manager da Seppo, criticou a falta de acessibilidade nas ferramentas digitais para deficientes visuais e auditivos. “Às vezes, as ferramentas digitais se esquecem das pessoas que possuem necessidades especiais. Da mesma forma que precisamos olhar para aqueles com barreiras geográficas e territoriais que impedem a chegada da tecnologia, temos que pensar no público que possui uma barreira fisiológica”, alertou.
