Se fosse um país, o “mundo do crime” cibernético seria a terceira maior economia do mundo e seu “PIB” equivaleria a US$ 10 trilhões, segundo estudo da Cybersecurity Ventures. Além disso, a cibersegurança cada vez mais é um problema de continuidade de negócios e traz um risco operacional muito grande hoje em dia.
Para debater os fatores de risco nas novas tecnologias e os principais pontos sensíveis do mercado, Nycholas Szucko, conselheiro da Dfense e conselheiro de cibersegurança do Movimento Inovação Digital (MID), apresentou durante painel no Innovation Xperience Conference – uma iniciativa do Grupo Innovation Xperience (Grupo iX) – os desafios do mercado de cibersegurança frente às inovações tecnológicas como IoT e Indústria 4.0.
“Atualmente, os prejuízos com ataques cibernéticos já estão na casa dos US$8 trilhões, e a previsão é que cheguem a US$10 trilhões em 2025. Precisamos preparar as empresas, porque a criatividade dos ataques e a variedade de organizações criminosas interessadas em lucrar, e muito, com os ataques só cresce”, destacou Nycholas.
Segundo ele, com o aumento de dispositivos conectados por meio de tecnologias como IoT e da Indústria 4.0, aumentam também as vulnerabilidades das redes e as chances de um ataque cibernético – que já rendem mais do que os mercados ilegais de armas e drogas.
Nycholas também pontuou que a solução é tornar os ataques mais caros, o que demanda complexidade na proteção das redes. “Hoje, a exemplo do que aconteceu na Ucrânia em 2022, as guerras começam primeiro no ambiente cibernético. Essa é uma ameaça real à soberania nacional, os criminosos tomando o controle de redes de energia ou bancos de dados enormes”.
A regulamentação, por parte do poder público, também se faz necessária para que as empresas saibam – e possam – investir adequadamente em ferramentas de segurança e processos de governança para que todos os colaboradores saibam como agir para reforçar as medidas de segurança e proceder em caso de ataques.
“Assim como fazemos treinamentos da brigada de incêndio, precisamos capacitar as equipes a adotarem as medidas necessárias o mais rápido possível se a empresa for vítima de um ataque de ransomware, quando os dados e acessos são sequestrados por cibercriminosos”.
O setor também enfrenta dificuldades em apresentar o retorno sobre os investimentos dentro das empresas, já que estratégias eficientes resultam na ausência de ataques. A falta de mão-de-obra qualificada é outro ponto sensível da área de cibersegurança.
“Temos muitos profissionais se especializando no desenvolvimento das novas tecnologias… IoT, 5G, Indústria 4G, Inteligência Artificial, Computação na Nuvem… mas poucas pessoas pensam na capacitação para garantir a segurança por trás de todas essas ferramentas”, pontuou.