A eletromobilidade está ganhando cada vez mais força no mundo, impulsionada pela preocupação com a sustentabilidade e também como forma de minimizar os desafios climáticos e ambientais. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), foram vendidos no mundo mais de 10 milhões de veículos elétricos e híbridos plug-in no ano passado.
Além de contribuir para uma mobilidade mais sustentável, a eletromobilidade também está inserida na proposta das smart cities, ou cidades inteligentes, em português. São cidades que combinam investimentos em capital humano, social e tecnológico para impulsionar o crescimento econômico sustentável, a melhora na qualidade de vida da população e a gestão eficiente dos recursos naturais.
“O conceito de cidades inteligentes não se relaciona apenas com tecnologia. Trata-se de uma nova versão da cidade, uma nova forma de fazer negócios”, explicou Felipe Chibás, co-líder internacional de Cidades Mil e membro de Unesco MIL Alliance, durante painel em que foi moderador no Innovation Xperience Conference – uma iniciativa do Grupo Innovation Xperience (Grupo iX).
Aposta
Uma das empresas que aposta fortemente na eletromobilidade é a 99. De acordo com Thiago Hipólito, diretor executivo da 99, mais de 2 milhões de carros elétricos já estão cadastrados na plataforma na China. Lá, de cada 100 carros que se cadastram, 95 são elétricos. No Brasil, a plataforma tem cerca de 2 mil carros elétricos cadastrados e, para 2024, o objetivo é chegar a 10 mil veículos.
“Queremos replicar no Brasil o mesmo sucesso da China e, para isso, um dos desafios é democratizar o carro elétrico. Ele precisa ser mais barato e contar com melhor infraestrutura de carregamento”, afirmou Thiago. Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), de janeiro a agosto de 2023 foram vendidos 49.052 carros elétricos, um aumento de 76% em relação ao mesmo período de 2022.
A chinesa Great Wall Motors (GWM) Brasil é outra empresa que acredita que a eletrificação de veículos é a melhor solução para questões como a necessidade de descarbonização do ambiente, geração de conforto a passageiros e motoristas, além de segurança.
“O veículo elétrico é conectado, com maior tecnologia de segurança e menos poluente. O governo precisa é cuidar da parte regulatória e criar condições para que empresas invistam no Brasil”, disse Ricardo Bastos, diretor de relações institucionais e governamentais da GWM Brasil. Além da questão regulatória, “há o desafio de melhorar o sistema tributário, impulsionando a inovação”, completou Marcel Saraiva, gerente de vendas da divisão Enterprise da Nvidia.
Infraestrutura
Com o objetivo de fomentar investimentos em projetos sustentáveis no País, o Banco do Brasil é uma das instituições que possui linhas de crédito sustentáveis, segundo Mariana Cappellari, gerente executiva de estratégia do mercado setor público do BB. “São linhas de crédito sustentáveis para investimentos em infraestrutura por parte do setor público e financiamento de projetos voltados à energia limpa, colaborando para transformar os centros urbanos”, apontou.
Como exemplo de investimento público em sustentabilidade, Musa Miranda, diretora da Agência São Paulo de Desenvolvimento (Adesampa), lembrou que “a capital paulista está mudando sua frota de ônibus elétrico, gerando mais eficiência energética. É preciso desmistificar a cultura de que o público não funciona”, finalizou.
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