Sam Altman, fundador da OpenAI e coautor do mundialmente famoso ChatGPT, ainda não é uma celebridade corporativa do tamanho de um Steve Jobs ou Elon Musk. Mas, a julgar pelas últimas notícias, ele está no caminho certo.
Na sexta-feira (17), a notícia de que quatro membros da diretoria da OpenAI tinham demitido o executivo-chefe, Sam Altman, chocou o mundo da tecnologia. Mas apenas quatro dias depois, na noite da última terça (21), a companhia, em uma decisão não menos impactante, anunciou a volta de Altman ao comando da empresa dona do ChatGPT.
Ao todo, foram quase cinco dias de pressões, disputas pelo controle da empresa, negociações para anular a demissão do executivo, troca do conselho e muita polêmica.
De acordo com o jornal Financial Times, “a complicada estrutura empresarial da OpenAI foi concebida para proteger sua diretoria das pressões comerciais normais e garantir que a IA avançada que a empresa desenvolve sempre serviria à humanidade. Em vez disso, o arranjo incomum desencadeou uma crise neste fim de semana que ameaçou despedaçar a empresa que está na vanguarda da corrida mundial pela IA generativa”.
A volta dos que não foram
Logo após a demissão de Altman, na sexta, investidores externos que tinham destinado bilhões de dólares à empresa começaram a investigar mais a fundo o que tinha acontecido e pressionaram os diretores para readmiti-lo. Os funcionários da OpenAI, por sua vez, ameaçaram pedir demissão em massa. No entanto, ao encerrar-se o fim de semana, apesar da expectativa de que a decisão seria revertida, os diretores da companhia se recusavam a ceder.
Em uma decisão na noite de domingo (19), a OpenAI escolheu Emmett Shear – um dos fundadores do serviço de jogos Twitch – como chefe interino, deixando Altman de fora. Nas últimas horas de domingo, a Microsoft, maior financiadora da OpenAI, disse que estava contratando o executivo para montar uma nova divisão de pesquisa avançada de inteligência artificial.
Até que na noite de terça, em uma reviravolta digna de produção hollywoodiana, a OpenAI anunciou: “Chegamos a um princípio de acordo para Sam Altman retornar à OpenAI como CEO com um novo conselho inicial”. Assim, com a renúncia dos membros do colegiado, na nova composição ficaram de fora três dos quatro membros que demitiram Altman. Eles ainda não explicaram exatamente os motivos da demissão do executivo.
No final das contas, a volta de Altman, na análise do jornal Valor Econômico, “expõe não só a força do cofundador da empresa, mas também o fracasso de um conselho por sua rigidez, a fidelidade dos funcionários, que ameaçavam um êxodo em apoio ao executivo, e a posição da Microsoft, ao tentar pôr fim ao caos”. Vale lembrar que a Microsoft possui 49% do capital da OpenAI.
