O Brasil ocupa atualmente a sexta posição entre os países que mais recebem investimentos em agtechs, segundo levantamento do AgFunder, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China, Índia, Alemanha e Reino Unido.
De acordo com o estudo, o país recebeu em 2021 US$ 1,3 bilhão de aportes no setor. E a tendência é de que a atenção e o interesse mundial de investidores nessas empresas cresçam ainda mais nos próximos anos.
O relatório Radar Agtech Brasil 2022 apontou as principais tendências globais de investimentos no setor, lembrando que o país possui cerca de 1,7 mil agtechs, concentradas principalmente nas regiões Sudeste e Sul.
Confira as quatro tendências globais de investimentos em agtechs:
Agfintechs: as agfintechs são startups que desenvolvem produtos financeiros digitais para o agronegócio, tanto no modelo B2B como B2C (nesse caso, os fazendeiros). Essas startups conseguem, por meio da tecnologia, entregar soluções financeiras ao produtor de maneira rápida, não burocrática e muitas vezes com taxas mais acessíveis. Segundo a Graze, em 2021 essa modalidade recebeu um valor equivalente a US$ 1,59 bilhão.
Insumos biológicos: as agbiotechs são empresas que realizam a produção e a comercialização de produtos biológicos – vírus, fungos ou bactérias, e microbiológicos – como vespas e ácaros –, que colaboram para a maior produtividade e equilíbrio biológico no combate às pragas. Em 2021, segundo o AgFunder, essa categoria levantou US$ 2,6 bilhões, um crescimento de mais de 30% no volume investido em comparação ao ano anterior.
Marketplace: os marketplaces são entendidos como ambientes digitais nos quais se realizam a compra e a venda de produtos. Essa tendência foi bastante expressiva principalmente entre as foodtechs. Quando voltada ao agro, essa modalidade vem crescendo ao longo dos anos. Nesse sentido, apesar do aumento de apenas US$ 100 milhões de investimentos de 2020 para 2021,o número de rodadas aumentou de 89 para 110, segundo o AgFunder.
Climatechs: as climatechs são empresas que, por meio do uso da tecnologia, atuam diretamente na redução dos gases do efeito estufa e/ou na redução dos impactos do aquecimento global. Em termos de tendências, o relatório afirma que os consumidores estão se tornando mais conscientes em relação à sustentabilidade – o que se reflete nas decisões de compra que tomam –, assim, a sociedade, aos poucos, está mudando a sua mentalidade. Esse movimento irá fomentar investimentos em soluções centradas na rastreabilidade, gestão da água e na neutralidade de carbono. Essas empresas podem atuar em diferentes vertentes, como mobilidade e transporte, energia, agricultura e uso do solo, indústria transformadora, construção civil e serviços financeiros.