O transporte rodoviário de cargas no agronegócio movimenta anualmente cerca de R$ 63 bilhões no País e, ao todo, são realizadas aproximadamente oito milhões de viagens no território nacional.
A alta lucratividade do setor faz com que ele se torne um dos principais alvos para criminosos especializados no roubo de cargas de caminhões. Segundo dados da Pamcary – empresa de seguros especializada no transporte de cargas – óleo de soja, açúcar e milho são os itens agrícolas mais roubados.
“Geralmente, quando há preocupação com um possível risco de desabastecimento, como aconteceu com os fertilizantes, os produtores tendem a aumentar seus pedidos de modo a minimizarem prejuízos decorrentes de uma possível falta de estoque. Como os produtos agrícolas são bastante visados, as estatísticas de roubo tendem a aumentar drasticamente”, explicou Luiz Henrique Nascimento, diretor comercial da T4S Tecnologia.
Criada em 2017, a startup surgiu com o propósito de desenvolver soluções tecnológicas para impedir o roubo de cargas. O primeiro produto desenvolvido foi o “imobilizador em fio”, tecnologia que bloqueia e imobiliza os caminhões durante o roubo e que apresentou uma taxa de efetividade de 95% em 200 tentativas de roubo.
Blindagem elétrica
No entanto, com o objetivo de entregar proteção total aos clientes, a T4S resolveu apostar em outra solução: a da blindagem elétrica. Por meio de sensores espalhados em painéis que revestem todas as faces dos baús dos caminhões, em qualquer tentativa de perfuração ou corte, por exemplo, um alerta é disparado em uma central de atendimento, além de uma sirene.
Mas não é só isso. Junto com o barulho da sirene, o criminoso recebe um choque elétrico de alta potência, porém não letal. “A solução não oferece nenhum risco aos motoristas. É como uma cerca elétrica em um condomínio ou casa: o risco é zero de choque caso não tente invadir o espaço”, apontou Enrico Rebuzzi, um dos sócios da T4S.
Para os próximos anos, a T4S pretende ampliar a família de produtos, com novas soluções de blindagem elétrica para armazéns, veículos de pequeno porte que circulam dentro das cidades, além de cofres eletrificados para proteger mercadorias de maior valor agregado.
