As instituições bancárias devem investir este ano R$ 45,1 bilhões em tecnologia, segundo estimativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Esse montante representa um crescimento de 29% em relação aos investimentos realizados em 2022, de R$ 34,9 bilhões.
Ainda de acordo com projeções da Febraban, cerca de 10% do total dos investimentos devem ser direcionados para a área de segurança cibernética, cada vez mais uma prioridade e um dos grandes desafios para as empresas dentro da nova economia digital.
Os crescentes investimentos em tecnologia realizados pela indústria bancária transformaram as formas de interação e a jornada do cliente. De acordo com o segundo volume da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, divulgada no segundo dia da Febraban Tech, quase 8 em cada 10 transações realizadas no Brasil são feitas em canais digitais, como o mobile banking e o internet banking (77%).
Predomínio dos smartphones
A pesquisa indicou que os aparelhos smartphone são o meio responsável por dois terços, ou 66% de todas as operações feitas no País. No total, os brasileiros fizeram, no ano passado, 163,3 bilhões de transações nos vários canais de atendimento disponibilizados pelos bancos, um aumento de 30% em relação a 2021.
Essa taxa de crescimento, inclusive, é a maior já registrada na história das transações, sendo influenciada principalmente pelo desempenho do mobile banking, que teve alta de 54% no número de operações realizadas pelos clientes, totalizando 107,1 bilhões.
O levantamento trouxe pela primeira vez dados de transações bancárias feitas no recurso de pagamentos do aplicativo de mensagens WhatsApp, liberado pelo Banco Central em março de 2021. Segundo o estudo, em um ano, as operações cresceram 531%, atingindo o total de 56,2 milhões de transações. Desse total, 37% se referem às operações via Pix e 29% às renegociações de dívidas.
“A cada ano mais brasileiros aderem aos canais digitais, demonstrando a inovação, segurança, acessibilidade e confiabilidade destes meios. Os bancos tornaram mais democrático o acesso aos serviços financeiros, fruto de um robusto investimento em tecnologia feito anualmente”, afirma Isaac Sidney, presidente da Febraban.
Crescimento do Pix
Em pouco mais de dois anos de operação, o Pix trouxe mais agilidade e facilidade aos pagamentos e transferências de valores, o que fez com que sua utilização aumentasse consideravelmente. Em 2021, as transações via Pix totalizaram 5,7 bilhões, enquanto no ano passado o volume ultrapassou os 11,7 bilhões, um aumento de 105% no período.
“Com a expansão de novas modalidades previstas na agenda regulatória, as transações tendem a aumentar ainda mais e fazer com que comércios e serviços ampliem a utilização da ferramenta como meio de pagamento”, destaca Rodrigo Mulinari, diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban.