O palestrante e consultor de diversidade para empresas Guilherme Bara, de 45 anos, não deixa de usar os aplicativos em seu celular para pedir um carro quando tem de ir a uma reunião ou quando resolve pedir uma comida para o jantar. Nada diferente de milhões e milhões de pessoas em todo o mundo.
No entanto, ele não se sente incluído totalmente nesse enorme contingente. Cego desde a adolescência, após ser diagnosticado com uma doença degenerativa das células da retina, Guilherme acredita que a digitalização é um processo facilitador da inclusão de pessoas com deficiência (PCDs), mas ainda há muito a ser feito. Em algumas situações, a tecnologia não proporciona experiências seguras para PCDs.
Um exemplo são as máquinas de pagamento, uma das maiores dificuldades que o palestrante tem de enfrentar quando não há um amigo ao lado. “Quando são as máquinas que não possuem opção de pagamento por aproximação ou aquelas com tela em touch, sem os caracteres em alto relevo, sou obrigado a fornecer minha senha para o comerciante ou prestador de serviço”, diz.
“É uma situação em que você é obrigado a confiar na pessoa. Isso acontece direto”, destaca. Na hora de conferir uma conta, é outro problema: há sempre a dependência de alguém. “Se a pessoa cega estiver acompanhada, tudo bem, mas e se estiver sozinha?”, ressalta Guilherme.
O processo de inclusão, nesse sentido, não fica apenas restrito a PCDs. Com a pandemia de covid-19 e o auge do distanciamento social imposto, não foram apenas os colaboradores de empresas a usar o computador em casa (no caso, para trabalhar). Muitas pessoas mais velhas também tiveram de lidar com essa mudança e enfrentar o desafio de se conectar com a cibersegurança e inclusão mundo por meio de um aplicativo de conversa em vídeo e o uso mais intenso de apps de bancos via celulares.
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