O ChatGPT ainda não está disponível na China, mas o hype em torno da ferramenta de IA generativa já chegou ao país asiático. A Administração do Ciberespaço da China divulgou neste mês regras preliminares para as empresas que desenvolvem alternativas à tecnologia da OpenAI e, de acordo com o regulamento, elas devem atender às regras de censura do Partido Comunista Chinês.
Sites e aplicativos, por exemplo, devem evitar a publicação de material que difama os líderes chineses e o conteúdo dos sistemas de IA precisará refletir “valores centrais socialistas” e evitar informações que prejudiquem o “poder do Estado” ou a unidade nacional.
As empresas também terão que garantir que seus chatbots criem palavras e imagens que sejam verdadeiras e respeitem a propriedade intelectual. Além disso, elas ainda serão obrigadas a registrar seus algoritmos com os reguladores.
De acordo com informações do The New York Times, apesar das regras não serem definitivas, os engenheiros que constroem serviços de IA na China já estão descobrindo como incorporar os decretos em seus produtos.
“Especialistas estão divididos sobre o quão difícil será treinar sistemas de IA para serem consistentemente factuais. Alguns duvidam que as empresas possam explicar a gama de regras de censura chinesas. Outros, por sua vez, acreditam que, com o tempo, as máquinas podem ser alinhadas com a verdade e sistemas de valores específicos, até mesmo políticos”, explica a publicação.
Para Matt Sheehan, especialista em IA chinesa e membro do Carnegie Endowment for International Piece, a atual onda de IA apresenta novos riscos para o Partido Comunista, já que a imprevisibilidade dos chatbots vai contra a obsessão do partido em gerenciar o que é dito online. “A IA generativa colocou em tensão dois dos principais objetivos do partido: o controle da informação e a liderança em IA”, afirma Sheehan.
Com informações do The New York Times