A recente aquisição do Credit Suisse pelo UBS, maior banco da Suíça, por 3 bilhões de francos suíços (US$ 3,25 bilhões), ligou um sinal de alerta para fintechs unicórnios. O receio é de que o sistema financeiro que está rachando – após o colapso do Banco do Vale do Silício – traga consequências para startups, que agora precisarão cada vez mais tranquilizar os investidores sobre seus modelos de negócios.
De acordo com o portal Business Insider, a crise bancária deve servir de lição para startups “que querem ser bancos e só conheceram uma era de dinheiro fácil para capital de risco e baixas taxas de juros”. Na prática, a confiança dos investidores está abalada e, segundo Paul Rolles, ex-diretor administrativo do Morgan Stanley, “já existe muita indagação sobre o que são os modelos de negócios fintech”.
Mudança de cenário
Nos últimos 15 anos, principalmente, o setor de fintech atraiu grandes investimentos. Só para dimensionar a importância do segmento, no ano passado, segundo a empresa de dados IMARC Group, essas startups estavam avaliadas em US$ 158,9 bilhões.
No entanto, o cenário mudou. De acordo com dados da CB Insights, o investimento global em fintechs atingiu US$ 75,2 bilhões em 2022, uma queda de 46% em relação ao ano anterior. A empresa holandesa de capital de risco Finch Capital, inclusive, chegou a prever no final de 2021 que a bolha fintech estava prestes a estourar. E de fato as fintechs, antes concentradas no crescimento sem muito foco no lucro, agora se deparam com sérios problemas de confiança.
“Todo mundo sabe que é muito caro administrar um neobanco digital. A transformação da maturidade é uma arte e um jogo muito complicado. Nunca ficou claro que essas habilidades estão sendo desenvolvidas no setor de fintech”, afirmou Rolles ao Business Insider.