Se depender da vontade da SP Negócios, em breve a cidade deve ganhar outro apelido: ela vai se tornar a “capital do game”, justamente por reunir aqui estúdios de desenvolvimento e publishers – os dois principais elos dessa cadeia extremamente competitiva.
A afirmação foi feita pelo diretor de Investimentos e Novos Negócios da SP Negócios, Michael Sotelo, “Estamos trabalhando para que São Paulo se torne o principal hub de jogos do país”, disse o executivo. Para isso, a SP Negócios efetiva parcerias internacionais e oferece apoio para a cadeia do setor. A ideia, diz ele, é atrair 75% dessa indústria para São Paulo.
Com isso a cidade geraria 3 mil postos de trabalhos diretos, além de incrementar em alguns milhões o imposto sobre serviços (ISS) gerado por ano. “Nosso papel é entender quais as necessidades do setor e como ajudar para que aconteça de fato. Queremos que a indústria de game veja o setor público como um parceiro, não uma barreira.“
“O Brasil está à beira de virar um grande produtor de games por reunir esses elos tradicionais do universo game”, afirmou Gustavo Steinberg, diretor do BIG Festival, maior festival independente de games da América Latina. Ele explica que o segredo para obter sucesso nesse mercado competitivo não é apenas criar uma narrativa de jogo bacana, mas desenvolver um ecossistema capaz de alimentar os próximos jogos.
“A grande estratégia na produção de jogos é a comunidade”, afirma Steinberg. A opinião é compartilhada por Karina Dauch, head de Growth na Afterverse. A empresa desenvolveu o PKXD, game mobile online de
mundo aberto, que se tornou uma febre mundial, principalmente entre crianças. Jogando sozinho ou chamando amigos, o jogo online é uma forma de ampliar a comunidade. “Na semana passada alcançamos 100 bilhões de downloads do jogo no mundo todo”, contou ela, orgulhosa, ao explicar que o game ultrapassou a fronteira do país.
“Nós conversamos com as comunidades para entender o que elas buscam no jogo. Essa troca volta para os desenvolvedores e ajuda na longevidade do jogo”, complementa Cybelle Fernandes, head de compliance da Wildlife Studios. Ela explica que, após o jogo ser lançado, o time vai a campo para ouvir a comunidade e entender como tornar o jogo mais atrativo. “Com base nisso fazemos mudanças”, diz.
Estranho no ninho
No varejo tradicional, o game é utiliza para aumentar a frequência de visitas do usuário, diz Thiago Jesus Catoto, diretor de TI do Magalu. Segundo ele, a estratégia da empresa em se aventurar no universo game, como publisher (distribuidora), é fomentar um canal para os desenvolvedores, utilizando a capilaridade nacional que a rede de varejo tem. “No nosso caso, o game se encaixa mais pela frequência do que pela retenção”, diz.
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