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Estudo mostra que 57% das empresas brasileiras adotaram modelo híbrido de trabalho

As lições trazidas pela pandemia cunharam novos termos que hoje fazem parte do mercado de trabalho. Aberta a porta do home office, que marcou uma nova era no mundo trabalhista, agora é a vez do anywhere office, escritório em qualquer lugar, na tradução. O estudo Índice de Confiança Robert Half (ICRH), divulgado em junho deste ano, mostra que 57% das empresas adotaram o modelo híbrido de trabalho no Brasil este ano, mesmo que as atividades presenciais tenham sido completamente liberadas, alternando o escritório físico da empresa e o anywhere office .

O tema chegou ao Congresso, que aprovou este mês o projeto de lei de conversão (PLV) 21/2022, originário da Medida Provisória 1.108/2022, para regulamentar o teletrabalho. O parecer aprovado pelo Senado define teletrabalho ou trabalho remoto como a prestação de serviço fora das dependências da empresa, de maneira preponderante ou híbrida, que não pode ser caracterizada como trabalho externo.

Se a localização já não importa tanto, algumas ferramentas de trabalho são fundamentais para que a produtividade mantenha ou supere os níveis desejados. Equipamentos e recursos de tecnologia, internet de qualidade e comunicação de excelência são indispensáveis para que o trabalho híbrido alcance os melhores resultados. Essa comunicação empresarial está diretamente relacionada aos resultados.

De acordo com a pesquisa CEO Forum, feita este ano pela Amcham, 71% dos executivos entrevistados apontaram que a pandemia mudou o estilo de liderança, 24% deles disseram acreditar que a gestão é essencial para engajar os colaboradores e 21% indicaram que o trabalho colaborativo deve ser levado em conta para ampliar esse engajamento.

Um colaborador engajado é 44% mais produtivo do que um colega apenas satisfeito, aponta levantamento comportamental da Bain & Company. Já um trabalhador ativamente desengajado é 125% menos produtivo e contamina o ambiente contra a empresa, diz a pesquisa. O impacto da falta de comprometimento representa US$ 450 bilhões no mundo e R$ 150 bilhões no Brasil, que deixam de ser faturados por ano, conforme o Instituto Gallup, em análise feita em janeiro de 2018.

O engajamento passa necessariamente pela comunicação, habilidade essencial que está cada vez mais requisitada em qualquer área profissional. Vívian Cristina Rio Stella, doutora em Linguística pela Unicamp e autora do livro “Comunicação Eficiente”, explica que existem técnicas e maneiras de se comunicar de forma estratégica, em público reuniões ou mesmo escrevendo uma mensagem, para aumentar o engajamento da equipe e a produtividade da empresa.

Os 3 Ps

Segundo Vivian, é importante construir histórias que façam sentido, desde a abordagem do tema até a narrativa envolvente. Ela aposta no que chama de 3 Ps da comunicação, planejamento, prática e presença, nos quais é baseado seu curso para profissionais que buscam oratória mais estratégica em seus cargos. Ela propõe adequar a comunicação ao contexto dos participantes, enfatizando escuta, preparação, confiança e autenticidade, para que a mensagem seja mais eficiente e efetiva. 

No P de planejamento, a dica de Vivian é se preocupar menos com o formato e mais com a mensagem. Ele sugere que ao orador se debruçar principalmente sobre o conteúdo da informação, qual o objetivo da comunicação e para quem ela será feita. Uma dica da linguista é que a comunicação seja planejada no modelo analógico, distribuindo ideias em papéis ou post-its, para construir o melhor conteúdo para quem se destina.

O P de prática exige reflexão sobre o roteiro, como as partes do conteúdo serão reunidas. Vivian explica que existem técnicas para iniciar um discurso com impacto, deixando a mensagem principal em destaque desde o começo, contextualizando as informações e estabelecendo conexão com a plateia. A partir dessa conexão vem o desenvolvimento das ideias, com uso de dados, metáforas, ou recursos visuais, e, por fim, a conclusão, com o resumo da informação principal.

O P de presença está atrelado à postura, gesticulação. “O gesto, como janela do pensamento, está liberado, mas não pode haver excesso”, comenta Vivian. Ela lembra que nos encontros virtuais o gestual deve ser mais contido; ao vivo, quando há espaço e cenário para ser explorado, ele pode ser mais solto. A presença também tem relação com a identidade do orador, o modo como ele se veste e se comporta, para trazer o conceito de autenticidade.

A especialista comenta que geralmente as pessoas formam uma imagem sobre o outro em poucos segundos de conversa. Mesmo que essa imagem mude com o tempo, a primeira impressão é importante. Com base nos 3Ps da comunicação, novas perspectivas podem ser analisadas para contribuir em qualquer profissão.

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