Após a pandemia, muitas empresas diminuíram os investimentos nas sedes físicas e apostaram em empresas que oferecem escritórios customizados
Foi ainda durante a pandemia que o tema do asset-light (estratégia de manter uma menor quantidade de ativos) entrou definitivamente na pauta de companhias do Brasil e do mundo afora. Dados de uma recente pesquisa produzida pela Ernst Young (EY), presente no Estudo Global de Desinvestimento Corporativo 2021, aponta que 100% dos respondentes do Brasil, e 76% no mundo, disseram que os desinvestimentos de ativos é importante. Por outro lado, a mesma pesquisa aponta que essa ideia, muito provavelmente, ainda reside no campo das ideias das companhias. Segundo ela, do total de companhias brasileiras, 95% dizem que já deveriam ter feito o desinvestimento, o que ainda não ocorreu. E quanto ao alvo prioritário do “enxugamento” das empresas? A pesquisa da EY também responde: o escritório físico.
Desinvestimento na sede: vale a pena?
Esse movimento corporativo está diretamente associado ao número cada vez maior de empresas atuando na modalidade home office ou modelo híbrido. E elas não são poucas. Um estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que 20,4 milhões de trabalhadores estão em ocupações que podem ser realizadas na modalidade de home office ou 24,1% do total de pessoas ocupadas no mercado de trabalho brasileiro. Nesse cenário, empresas já enxergam a importância de se tornarem companhias mais leves e ágeis. Na prática, elas querem fugir de contratos longos e burocráticos (Capex) e optaram por serviços que viabilizem acesso aos escritórios sob demanda, via contratos simplificados e flexíveis (Opex). É nesse cenário que startups como a BeerOrCoffe, marketplace de coworking presente em mais de 200 cidades, vem ganhando terreno.
Do coworking para a customização no local de trabalho
A BeerOrCoffe oferece diversas soluções para o mercado B2B, como é o caso do OfficePass. “Ela funciona como um benefício corporativo que permite o acesso total à nossa rede de escritórios compartilhados. Em outras palavras, é uma espécie de assinatura de escritório que permite aos colaboradores o acesso ilimitado aos coworkings, e a empresa paga apenas pelo uso real do espaço (pay-as-you-go). Com isso, as empresas passam a ter mais liberdade e tranquilidade para atuar dentro de um cenário de muitas incertezas oferecendo mais comodidade aos colaboradores“, conta Pedro Vasconcellos, co-fundador BeerOrCoffee. A lista de serviços inclui ainda o Built To Suit, um tipo de produto altamente customizável e que, na prática, ajuda a empresa a encontrar o espaço ideal para a sua empresa. Nesse modelo on demand, a BeerOrCoffe garante um escritório personalizado, com ambientes, tecnologias e móveis alinhados à sua organização, com toques de design pessoal exclusivos para a sua marca. E tudo isso em até 60 dias.
Trabalho híbrido em ascensão
“O aumento da oferta (rede de coworkings) “casou” com uma grande demanda pós-pandemia: a necessidade de as empresas adotarem formatos de trabalho flexíveis para cortar custos e reter talentos, por exemplo. O pareamento apoiado na estrutura versátil do marketplace (asset light) fez o faturamento da empresa dobrar de tamanho em 2021, comparado a 2020. A expectativa é aumentar 3,5 vezes em 2022, comparado a 2021″, comenta Vasconcellos. A empresa já possui mais de 1,5 mil escritórios, espalhados em mais de 200 cidades. São Paulo é uma das grandes apostas da empresa, está presente em bairros como Pinheiros, Itaim, Vila Madalena e Vila Olímpia, na região do ABC Paulista, entre outros. Além disso, a BeerOrCoffe também está presente em cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, como Curitiba, Florianópolis, Brasília, Salvador, Fortaleza e Porto Alegre. “O desafio é oferecer Coworking em escala continental. Falando em outros países, em Portugal, já oferecemos alguns espaços da nossa rede e a ideia é operar também em cidades como Lisboa e Porto. Nossos planos de expansão passeiam pela América Latina. México é o País que mais apresenta demanda e oportunidades de negócios. Mas não o único de língua espanhola em que planejamos abrir portas; Chile, Colômbia, Argentina e Espanha estão no nosso mapa”, diz o empresário.