“Se pensamos em transformação digital como duas palavras, muita atenção se dá ao digital e muito pouca à transformação. Mas transformação digital se trata de pessoas e liderança, de comportamentos consoantes com as expectativas dos stakeholders, desses ambientes incertos, desconhecidos e ambíguos”. Assim definiu o tema Carlos Aldan, CEO e fundador do Grupo Konberg, durante sua apresentação na 3ª edição da Innovation Xperience Conference.
Segundo o executivo, o crescimento exponencial da tecnologia vem mudando a sociedade dramaticamente e causando o que ele chamou de transtorno emocional significativo. “Esse desconforto contemporâneo acontece porque nem todos estão preparados para essa velocidade de mudança e o fato é que a gente vem pagando um preço significativo para a nossa saúde mental e emocional”, explicou.
Carlos apontou a depressão como exemplo, uma das principais razões de afastamento no ambiente de trabalhos atualmente. “A expectativa é que a depressão seja o maior custo de saúde em 2030 e a gente tem o índice de desengajamento significativo da ordem de 70 a 85%. Ou seja, é importante entendermos esse contexto no qual a transformação digital se dá. Se não levarmos em consideração esses fatores, certamente teremos dificuldades com as iniciativas de transformação digital”.
O desengajamento, de acordo com o especialista, é um problema global. Na opinião de Carlos, as organizações têm tido dificuldades em engajar as novas gerações no ambiente de trabalho e a consequência é um índice de produtividade baixo. “Por isso, qualquer iniciativa transformacional vai esbarrar nesses desafios”.
É em função disso que Carlos defende que não se trata de um desafio de tecnologias, mas de liderança, é sobre o comportamento alinhado às expectativas dos stakeholders, é inteligência emocional. “Se não usar a tecnologia para criar valor para a organização, certamente toda e qualquer transformação digital cai no vazio”.
Para Carlos, essa é a principal razão de organizações precisarem escolher as pessoas certas e talentosas para fazer esse processo de transição. Porque a escolha da liderança se faz fundamental para essa movimentação dar certo. O que se vê em muitas empresas são diretores desalinhados com a estratégia principal, deixando colaboradores perdidos.
Além do papel da liderança, o especialista aponta a importância de conseguir a adesão dos funcionários e criar uma visão clara para o futuro, explicando como as propostas vão trazer benefícios para todos os envolvidos e as novas oportunidades de carreira para as pessoas da organização.
“Enquanto a tecnologia, a inteligência artificial não substituir os aspectos relacionais do trabalho, enquanto formos seres biológicos, há que se dar atenção aos aspectos humanos e saudáveis da organização para que essa iniciativa de transformação digital tenha sucesso”.
Assista à apresentação na íntegra abaixo ou escute o podcast completo aqui.