Provavelmente, na sua empresa, há um colaborador que realiza algum tipo de trabalho social e poucos sabem. Outros ainda devem fazer contribuições diversas por meio de doações, trabalho voluntário e por aí vai. Mas por que não organizar e potencializar essas atividades e transformar isso em algo ainda mais impactante?
Segundo Martha Leonardis, sócia do BTG Pactual, muita gente ajuda, mas não comunica. Algumas por timidez, outras para não parecerem oportunistas. “Que sejamos, então, oportunistas do bem”, disse, relembrando a frase de um empresário. Para ela, responsabilidade social são ações desenvolvidas pelas empresas que buscam contribuir com uma sociedade com menos desigualdade e ajudar a preservar o meio ambiente.
“Em um país com tantas carências, como o Brasil, há diversas causas para apoiar: fome, desemprego, crise hídrica, educação, violência contra mulheres, animais e tantas outras”, explicou. Por isso, o apoio às ONGs se faz tão necessário.
“Responsabilidade social não é só para as grandes empresas, mas todas, desde uma startup que na sua fundação já pode se preocupar com princípios sociais na contratação, e as grandes, que não têm opção a não ser se organizarem de forma estruturada e colocar a responsabilidade social como parte da sua estratégia”.
Durante a sua apresentação na 3ª edição da iX Conference, Martha deu alguns exemplos de programas e ações praticados no BTG Pactual. Um deles é o BTG Soma, criado após identificar que muitas ONGs tinham carências para administrar as doações recebidas. Algumas enfrentavam desafios de logísticas, outras poderiam escalar para outras regiões, impactar mais pessoas, não conseguiam por falta de capacitação. Foi então que, além do dinheiro, eles começaram a doar tempo.
“O BTG Soma faz uma seleção de ONGs através de um edital e mapeamos quais são as carências delas. Elas passam por 100 horas de aulas por seis meses e depois acompanhamos elas por mais seis meses por meio de workshops. Vemos o quanto elas evoluíram nesse período e o quanto elas impactaram”, explicou Martha.
Por onde começar?
O primeiro passo, na opinião de Martha, é definir seus pilares de investimentos sociais que estejam alinhados com os discursos das lideranças. No BTG são educação, meio ambiente e empreendedorismo. “Nós acreditamos que educação é o futuro do nosso país, então temos que trabalhar na base. Fomentamos ONGs que trabalham com crianças através do esporte, do reforço escolar, música, entre outros”.
Em relação aos demais pilares, um dos sócios do BTG participa do board do Conservation International – uma das maiores ONGs de apoio ao meio ambiente -, além de ajudar instituições que fomentam o empreendedorismo, que motivam essas pessoas a quererem crescer. “As coisas têm que ser consistentes. É um investimento na sociedade e você tem um retorno a curto, médio e longo prazo, não é apenas uma doação”.
Outra dica é engajar os seus colaboradores. “Eles já são fãs da sua marca e os seus maiores propagadores das boas ações que você faz”. Você pode engajá-los por meio de campanhas internas, de ações de voluntariado, mas o mais importante é descobrir como cada um pode contribuir e em que tipo de causa. Segundo ela, há estudos que comprovam que esse tipo de engajamento reduz o turnover e fortalece a imagem da marca. “Afinal, quem quer estar ligado a uma empresa que ignora o seu entorno?”.
“Atualmente, os investidores têm uma preocupação de como a empresa se preocupa e se posiciona sobre o meio ambiente, com a sociedade. Entendemos que responsabilidade social não é uma questão de alívio de consciência, mas o investimento no futuro e, sobretudo, um ato de cidadania. Podemos construir, juntos, um país de grandes oportunidades”, finalizou.
Assista à apresentação da Martha na íntegra abaixo ou escute o podcast completo aqui.