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Micromobilidade estruturada e tropicalizada: um novo sabor para a rotina nas cidades

Sob o tempo histórico, o conceito criado durante um festival dinamarquês pelo romeno-americano Horace Dediu, em 2017, acaba de dobrar a esquina aqui no Brasil. A micromobilidade vem avançando (principalmente a pedaladas) pelo território nacional. Mostra-se uma promissora solução para ir além da vocação natural de contribuição à necessária diminuição no uso de poluentes automóveis particulares, em prol do Meio Ambiente. De carona na mobilidade, deve evoluir na pauta de infraestrutura e acessibilidade, incluir adeptos e aumentar a qualidade de vida no dia a dia das pessoas a ponto de ampliar a influência positiva sobre indicadores socioeconômicos.

 

Com mediação do professor, doutor da  USP (Universidade de São Paulo), Felipe Chibás, o painel Micromobilidade: como o investimento em infraestrutura pode tornar a cidade mais acessível a todos, convidou Juliana Minorello, diretora de relações governamentais da Tembici e vice-presidente da ABO2O (Associação Brasileira Online to Offline); Rodrigo Del Claro, CEO da Santuu; Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike e Matheus Ayres, secretário-adjunto de Mobilidade Urbana de Porto Alegre (RS), para debaterem o cenário atual e a construção colaborativa e democrática e para vias efetivas da micromobilidade entre vários atores da sociedade.

 

Felipe Chibas .jpgMicrobilidade para todos: um panorama macro

 

Chibás, também com o chapéu de representante América Latina e Caribe do GAP MIL grupo  da UNESCO responsável pela implementação do conceito Cidades MIL, considerado como uma evolução em relação às Smart Cities, Cidades Inteligentes (por agregar às novas tecnologias inerentes à alfabetização midiática e informacional, aspectos de responsabilidade social, sustentabilidade e desenvolvimento humano), partiu de uma pergunta que trouxe como resposta dos participantes a diversidade de posicionamentos que o tema compreende atualmente: “O que é micromobilidade?”

 

Supernova, democrática, funcional e salutar para políticas públicas e indivíduos

Levando-se em conta, além da igualdade de direitos, que a perspectiva das mulheres deve influenciar mais decisões sobre micromobilidade acessível a todos; são elas que  caminham mais nas cidades e fazem a maior parte dos deslocamentos poligonais (com mais pontos de parada em destinos distintos), a liderança feminina Minorello abriu com o conceito global criado pelo IDT (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento).

Juliana .jpg

 

 

“Micromobilidade se refere ao deslocamento de veículos leves que circulam a uma velocidade de até 25 km/h e são utilizados para viagens de até 10 km de distância, o que faz dela propícia para o first-last mile”. 

 

 

 

 

Del Claro confirma o potencial de integração e de alternativa aos transportes públicos e veículos motorizados individuais: “supernova, a micromobilidade urbana é um direito das pessoas se transportarem entre pontos fazendo uso de seus próprios veículos e sua energia”.

 

Guth

 

O pesquisador em políticas de mobilidade urbana Guth contextualizou: “como conceituam os principais autores e especialistas no tema, o termo “micro” (no sentido de pequeno) está associado à mobilidade, que não deve ser reduzida e nem confundida com sistema de transporte (veículo), mas ampliada à perspectiva sistêmica de circulação. Estamos falando de algo que está longe de ser assunto consolidado e dá margem para diversos entendimentos”.

 

 

 

“Aqui neste painel eu sou o meio, entre quem faz estudo de um lugar aprofundado do tema, quem faz e observa o produto e quem olha a oferta do serviço ligada a ele. Minha fala vem da perspectiva do brasileiro e vai de encontro a este conceito aberto que se mostrou consenso aqui. A micromobilidade deve fazer feliz e segura a vida das pessoas em duas grandes bolhas onde nós passamos o maior tempo; a das imediações da casa e a da região do trabalho”, explica Ayres.

Ayres

 

 

“A micromobilidade deve fazer feliz e segura a vida das pessoas em duas grandes bolhas onde nós passamos o maior tempo; a das imediações da casa e a da região do trabalho”.

 

Mais sabor à experimentação

 

Em considerações finais, Chibás pediu aos participantes uma mensagem sobre o uso de bicicletas nas cidades.  Para Minorello: “devemos reconhecer a importância da bicicleta para a economia local e na construção de cidades mais inteligentes e menos poluídas. Como cidadãos conseguimos ser mais eficientes e ter mais saúde. Estima-se que perdemos um mês das nossas vidas no carro.  60% das viagens são de até 8 km, distância facilmente solucionada pela micromobilidade e mobilidade a pé”. Del Claro, entusiasta e empresário que vive em simbiose com bicicletas, convidou a um passeio: “experimentem, permitam-se sentir o vento no rosto e descobrir se tudo isso que falamos faz sentido para você. Descubram qual é o seu motivo para micromobilidade, que pode ser saúde, bem-estar, economia e sustentabilidade”.

 

Delclaro

 

 

“Experimentem, permitam-se sentir o vento no rosto e descobrir se tudo isso que falamos faz sentido para você. Descubram qual é o seu motivo para micromobilidade, que pode ser saúde, bem-estar, economia e sustentabilidade”.

 

 

 

 

Guth concluiu com um chamado à participação social para mudanças em políticas públicas: “faça acontecer, porque não tão serão iluminados na Gestão Pública que farão por nós”.  Ayres acolheu a sugestão e abriu espaço para outras: “cidadãos iluminados podem vir para a gestão pública e fazer também a sua parte nesse lugar que acaba decidindo as nossas vidas e o futuro das novas gerações”.

 

Provocados pelo mediador que fez menção aos três pilares que apoiam o futuro de cidades verdadeiramente inteligentes (segurança, saúde e felicidade), segundo o conceito MIL (Media and Information Literacy), que engloba no “micro” cinco agentes da inovação (academia, empresas / startups, governos, artistas e cidadãos), os participantes concordaram que a microbilidade urbana está longe de esgotar o caráter de novidade do conceito, mas deve aproximar esforços colaborativos para alcançar status de direito assegurado e chegar à estruturação que permita uma vida comunitária com mais qualidade, pluralidade, produtividade e sustentabilidade.

 

Perdeu as apresentações do Fórum Cidade & Mobilidade? Confira tudo o que rolou abaixo durante os dois dias de evento.

Dia 1

 

Dia 2

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