Pessoas engajadas em um mesmo propósito, unidas por uma cultura que propicia estar aberta a perspectiva das práticas de inovação, onde se coloca o consumidor no centro das tomadas de decisões. Segundo Fabiano Cruz, Head of Digital Strategy & Martech da Deal Technologies, esta é a “fórmula” para transformar as áreas de negócios e tecnologia para se adequarem mais rapidamente às necessidades do mercado.
Segundo o executivo, as empresas com foco em uma evolução contínua, que cocriam com seus clientes e colocam na cadeia a geração de valor a todos os stakeholders envolvidos são as que estão com mais maturidade digital e se recuperam mais rapidamente de crises. Em muitas situações, até conseguem crescer mais em contextos desafiadores pelo grau de agilidade em todos os pontos do seu ecossistema.
“Empresas com foco em evolução contínua e cocriam com seus clientes são as que têm mais maturidade digital”
“Outras adotam verdades absolutas como ‘if it ain’t broke, don’t fix it’, ou o velho “time que está ganhando não se mexe”. Estas são as que, durante muito tempo, tiveram uma fórmula que rendeu muito ao longo dos anos, mas começam a perceber perdas, investimentos que não geraram tanto resultado e, em algum momento, começam a se questionar por que o concorrente está ultrapassando, ou surgem novos modelos de negócio que ameaçam todo o legado positivo”, explica.
Segundo Cruz, ou os C-Levels quebram as crenças que os limitam e se abrem ao novo, à visão de um mundo onde não existe mais certezas e adotam os dados como grandes bússolas estratégicas, ponderando trilhas duplas e integradas de descoberta e desenvolvimento (dual-track agile), ou estarão fadados a falência, como aconteceu com a Kodak, Blockbuster e tantas outras.
Digital Insights
A aplicação de modelos preditivos desenvolvidos via Machine Learning (ML) e Deep Learning (DL) tornam esses processos de “reinvenção” mais ágeis e, consequentemente, fazem o negócio mais competitivo. Seja com ML, que normalmente trabalha de forma linear, ou com DL, que em sua maioria são estruturados em camadas encadeadas hierarquicamente, essas tecnologias são usadas, em diferentes complexidades para viabilizar decisões embasadas em dados, identificando padrões e combinações com maior ou menor grau de simetria.
“A aplicação de modelos preditivos desenvolvidos via Machine Learning e Deep Learning tornam os processos de reinvenção mais ágeis”
Quando o algoritmo criado está parametrizado, acurado para alcançar a melhor hipótese para a tomada de decisão, tanto em um produto ou serviço, a agilidade e precisão vai sendo otimizada, e o grau de diferenciação aumenta comparada a concorrentes. “Tudo se baseia nos fundamentos da estatística. Atualmente, todos os pontos de contato e soluções geram e consomem dados. A capacidade de aceleração nas tomadas de decisão dentro das expectativas configuradas do negócio gera a diferenciação e mais vantagem competitiva à sua empresa”.
Effective Experiences e Data Digital Environment
Para traçar uma jornada de relacionamento com um cliente é preciso, primeiramente, ter a humildade de entender que não se sabe tudo para partir para a prática. Colocá-lo em um processo de cocriação com testes práticos e mudanças rápidas de réguas de comunicação faz toda a diferença. “Trabalhar com procedimentos e ferramentas como o design thinking, entender a confiabilidade de um produto em todos os aspectos, como performance e escalabilidade via Site Reliability Engineering (S.R.E.), em ciclos de evolução ágil, fomenta uma visão unificada cruzando o trinômio de negócio, experiência e tecnologia”, explica Cruz.
Como mencionado no livro “Homo Deus”, escrito em 2016, por Yuval Noah Harari, vivemos um momento histórico cunhado pelo termo “Dataísmo” ou “Dado-ismo”, ou seja, um modo de pensar e uma filosofia criada pelo contexto e importância da Big Data. “O movimento negacionista de que o seu negócio não precisa se preocupar com dados é como se estivesse em 2021 empreendendo como no século XX na era pré-internet, como até retratado em séries como Mad Men”.
Os dados, segundo Cruz, são o oxigênio para qualquer empresa se manter respirando em um mundo phygital. Na opinião dele, todas as experiências públicas e privadas geram informações, registros, logs de acessos, podendo ou não serem encriptadas, cruzadas diretamente ou indiretamente, de forma hierárquica ou assíncrona, mesmo que em relações extremamente sem fricção.
“Os dados são o oxigênio para qualquer empresa se manter respirando em um mundo phygital”
“Se tudo o que fazemos, sentimos, vestimos, comemos gera algum tipo de informação criada por nós e para nós, entender o melhor momento para ofertar ou resolver os problemas das pessoas se torna o principal objetivo para fidelização e geração de valor de qualquer modelo de negócio”, avalia o especialista.
Segundo o executivo, as organizações devem utilizar as tecnologias disponíveis hoje no mercado para criar processos de inovação constantes, motivando colaboradores a melhorarem e desenvolverem novos produtos/serviços de maneira fluida. Como? Acreditando nas pessoas que estão dentro da empresa, investindo em reskilling ou upskilling, porque tecnologia é um dos pontos de análise para uma transformação digital.
“Infelizmente no Brasil temos uma baixíssima formação de profissionais preparados para acompanhar e operar soluções de mercado que viabilizam melhorias constantes. Até o pensamento crítico e científico é prejudicado devido a nossa formação acadêmica”, diz.
“Infelizmente no Brasil temos uma baixíssima formação de profissionais preparados para acompanhar e operar soluções de mercado que viabilizam melhorias constantes”
Segundo o especialista, olhar apenas para dentro da organização e para o mercado, com o foco no cliente, não garante inovação. As empresas devem utilizar as tecnologias disponíveis, considerar qual ou quais se encaixam diante a esse grande framework de inovação contínua.
Até mesmo diferentes áreas de organizações podem trabalhar conjuntamente visando o crescimento de mercado e a prospecção de novos produtos e serviços. Para isso é preciso acreditar no mesmo propósito e ter uma mesma cultura organizacional, além de delegar com mecanismos de controle, como Objectives and Key Results (OKRs), e outras ferramentas para indicadores de acompanhamento e sucesso. “Se não acredita em quem trilha a jornada ao seu lado, não se multiplica o brilho de talentos para se formar uma constelação”, finaliza.
“Se não acredita em quem trilha a jornada ao seu lado, não se multiplica o brilho de talentos para se formar uma constelação”
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