Inovação Digital e Tecnologia na Centralidade do Cliente

Novo olhar para o negócio de impacto

Empreendedorismo socioambiental e causa como política de investimento de empresas foi tema de painel no O2Oix

Causas sociais e propósitos estão cada dia mais ligados ao desenvolvimento de novos negócios e empresas. A temática foi abordada pelo painel “Novo olhar para o negócio de impacto”, no O2Oix 2019.

Com a nova economia e o surgimento de um consumidor diferenciado, também foi preciso repensar os propósitos que levam as empresas a abrirem as portas todas as manhãs e que agregam executivos e colaboradores em um mesmo
objetivo.

Uma pesquisa da Accenture com 30 mil consumidores de todo o mundo apontou que 83% dos entrevistados brasileiros preferem comprar produtos de empresas que tenham propósitos alinhados aos seus valores.

O levantamento mostrou que ética e autenticidade são fatores relevantes e contribuem para a criação de conexões entre as marcas e o público final.

O estudo concluiu que as companhias que se posicionam em relação a causas que vão além de seus produtos têm mais chances de atrair consumidores e influenciar decisões de compra.

 

 

Iniciativas

 

Juliana Gouveia, empreendedora social da Glocal Aceleradora, contou sobre como novos negócios surgem e são impulsionados nos dias de hoje. “Somos uma aceleradora de negócios sociais. Cabeça do ‘ongueiro’ (ligado às ONGs) é algo que a gente quer mudar também.  A gente enxerga o cidadão, cada um de nós, como um potencial agente de transformação e para promover o engajamento cívico”, afirma.  

Entre as novidades no mercado, um banco pode chamar a atenção. O Banco Maré foi criado no Complexo da Maré com um conglomerado de 16 comunidades do Rio de Janeiro para atender regiões excluídas do sistema financeiro.

Alexander Albuquerque, fundador da fintech, afirma que é possível sim ganhar dinheiro e causar um impacto social concreto. “Não fugirmos do nosso propósito simplesmente pela parceria. Nosso objetivo é oferecer crédito. Pretendemos continuar crescendo com os nossos colaboradores e gerar mais impacto com os nossos consumidores”, comenta o empresário.

Outro serviço financeiro criado para preencher uma lacuna e quebrar estereótipos de acesso bancário é a Conta Black. Idealizada por Sergio All, a criação da ferramenta financeira foi feita para qualificar todas as pessoas e oferecer o mesmo acesso a todos os tipos de serviço.  

“O papel da Conta Black nasceu com uma dor e, principalmente, mostrar que as pessoas são importantes. Não adianta eu classificar cor raça, quando se você se sente a margem de um serviço bancário, e a gente traz essa solução. É a cultura de ajudar o outro a fazer diferença, incluindo ele em um sistema que é segregador”, reforça Sergio.

Henrique Ruiz, Coordenador do Cataki e do Pimp My Carroça, comenta sobre a criação da plataforma que conecta catadores a geradores de resíduos. O aplicativo, disponível há dois anos, surgiu a partir do interesse do artista Mundano e ativista brasileiro ligado à causa.

“O catador é um prestador de serviço pra cidade, se ele parar hoje a cidade entra em colapso total. Essa mudança de visão é superimportante. Ele precisa se enxergar como um cara que tem um trabalho importante, fundamental, e a sociedade precisa ver ele desse jeito. É preciso perceber que o catador não é um coitado, e sim alguém que pode cada dia mais conquistar o seu mercado”, diz.

Arthur Rufino, CEO da JR Diesel, também reforça a ideia de que empresas oferecem serviços em prol da sociedade, como no caso da reciclagem de peças de veículos e caminhões, que antes iam para desmanches, por exemplo. “A mudança pode ser promovida pela gente, por uma empresa, por um novo negócio, como aconteceu no caso da JR Diesel, em relação aos desmanches, roubos de carros e ações ilegais”, comenta.

Para Juliana, uma ligação entre empresa e sociedade é fundamental para ajudar nessa expertise de inovação e em prol de mudanças para a sociedade.

“As empresas olham pra gente pra ver quem ela pode oferecer essa ajuda, a quem ela possa vincular seu nome. Como uma oportunidade de levar isso para os seus funcionários ligando isso ao propósito, ao que se pode evoluir, ao que pode fazer de diferente para o outro”, finaliza.

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