Inovação Digital e Tecnologia na Centralidade do Cliente

O Impacto dos Cibercrimes no varejo brasileiro: desafios e estratégias de prevenção

Recente levantamento do DataSenado e Nexus, 24% da população brasileira sofreu algum tipo de golpe digital nos últimos 12 meses. As empresas varejistas, especialmente durante períodos de alto consumo em datas comemorativas tornam-se alvos preferenciais de cibercriminosos
Kelly-Carvalho

O Brasil ocupa um lugar alarmante no cenário global de cibercrimes, liderando a América Latina em golpes financeiros. Esse cenário, que afeta diretamente consumidores e empresas, tem se tornado uma ameaça crescente para o setor varejista, exigindo ações estratégicas e investimentos robustos em segurança digital.

De acordo com uma pesquisa recente do DataSenado em parceria com o Nexus, 24% da população brasileira sofreu algum tipo de golpe digital nos últimos 12 meses. Isso equivale a mais de 40,85 milhões de pessoas que perderam dinheiro em fraudes envolvendo clonagem de cartão, invasão de contas bancárias e outros crimes cibernéticos. No âmbito global, a Cybersecurity Ventures estima que os danos relacionados a cibercrimes alcançarão US$ 10 trilhões até 2025, consolidando este como um dos setores ilícitos mais lucrativos do planeta.

Se o cibercrime fosse um país, seria a terceira maior economia mundial, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Essa comparação sublinha a dimensão da ameaça e a urgência de respostas estratégicas, especialmente no varejo, onde transações digitais crescem exponencialmente.

As empresas varejistas, especialmente durante períodos de alto consumo em datas comemorativas tornam-se alvos preferenciais de cibercriminosos. A prática de criar sites falsos, perfis fraudulentos e links maliciosos usando nomes de marcas renomadas, exemplifica a sofisticação das fraudes. Além disso, técnicas como o ransomware — que sequestra dados em troca de resgate — representam uma ameaça ainda mais grave, especialmente para pequenas e médias empresas com recursos limitados para recuperação de dados.

A digitalização, embora traga benefícios inegáveis para o varejo, também aumenta as superfícies de ataque. Com o crescimento do trabalho remoto, os riscos se amplificam, já que dispositivos domésticos e redes menos seguras são frequentemente utilizados para acessar sistemas corporativos.

Conscientes do impacto devastador dos cibercrimes, algumas empresas têm adotado estratégias preventivas, como investimentos em campanhas educativas para conscientizar consumidores e colaboradores. A educação digital é uma ferramenta essencial para reduzir vulnerabilidades.

Muitas empresas também vêm reforçando a importância de canais de denúncia e da divulgação de perfis e sites oficiais, prevenindo fraudes que exploram o nome da marca. Essa abordagem também inclui o mapeamento ativo de crimes e o reporte às autoridades competentes, promovendo uma cultura de combate proativo aos golpes.

Além da conscientização, o uso de ferramentas tecnológicas é imprescindível. Antivírus, firewalls, sistemas de autenticação multifatorial e protocolos rigorosos de gestão de acesso a dados são elementos básicos que muitas empresas ainda negligenciam. Pequenas e médias empresas, em particular, devem priorizar esses investimentos para mitigar os riscos de ataques que podem comprometer suas operações.

No âmbito do home office, a segurança deve ser redobrada, com treinamento específico para os colaboradores e a adoção de VPNs e dispositivos seguros. A proteção de dados é um esforço coletivo que envolve tanto os indivíduos quanto as organizações.

Empoderar os consumidores é uma estratégia que beneficia empresas e sociedade. Orientá-los a identificar e denunciar golpes transforma clientes em aliados na luta contra os cibercriminosos. Os mecanismos de denúncia e campanhas educativas são fundamentais para manter os consumidores informados e ajudar a colaborar com a empresa a barrar golpes, reduzindo o  alcance das fraudes.

O impacto dos cibercrimes no varejo brasileiro é significativo, ameaçando não apenas a saúde financeira das empresas, mas também a confiança dos consumidores. O combate a essa ameaça requer uma abordagem multifacetada que combine educação, tecnologia e processos de segurança robustos. À medida que o varejo se torna cada vez mais digital, a segurança cibernética deve ser encarada como uma prioridade estratégica, garantindo não apenas a sobrevivência, mas o crescimento sustentável das empresas nesse novo cenário.

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