Inovação Digital e Tecnologia na Centralidade do Cliente

O fim do DREX

Mas o que aconteceu? Como o DREX, que parecia inevitável na construção do futuro financeiro, simplesmente deixou de existir?
Rogério Melfi

O DREX chegou ao fim. Aquela que um dia foi anunciada como a grande revolução financeira simplesmente desapareceu. Bancos centrais, fintechs e gigantes do setor digital já não mencionam seu nome. A sigla “CBDC”, outrora sinônimo de inovação, tornou-se uma nota de rodapé nos livros de economia. 

Mas o que aconteceu? Como o DREX, que parecia inevitável na construção do futuro financeiro, simplesmente deixou de existir?

Por décadas, nossa relação com o dinheiro foi moldada por cartões, contas digitais, QR Codes e transferências bancárias. O dinheiro físico foi perdendo espaço e sua versão eletrônica ainda exigia ações conscientes: validar, autorizar, conferir extratos. Até que, pouco a pouco, essas interações desapareceram.

Os pagamentos tornaram-se instantâneos, conectados, inteligentes e invisíveis.

A transação, antes uma ação deliberada, dissolveu-se na jornada do usuário. Não há mais fricção, nem espera. Apenas acontece. O transporte já é pago no momento em que você desembarca. Suas compras são registradas no seu “inventário digital” e liquidadas da forma mais eficiente. Serviços são ajustados automaticamente por contratos inteligentes, garantindo o melhor custo-benefício sem que você precise intervir.

A mudança mais profunda não aconteceu nos meios de pagamento, mas na própria lógica da interação financeira. Se antes era necessário administrar contas, saldos e transações, agora a inteligência financeira gerência para você. Algoritmos refinam suas decisões econômicas em tempo real, garantindo que cada pagamento ocorra no melhor momento, pelo menor custo e com a máxima eficiência.

A distinção entre moedas deixou de existir. Você não “compra” algo em reais, dólares ou criptoativos. O sistema escolhe, dinamicamente, a melhor forma de liquidação, convertendo ativos em tempo real, sem intervenção humana.

O que um dia chamamos de DREX agora opera silenciosamente no background da economia global. Ele se tornou parte da Finternet, a camada invisível que conecta moedas, dados e contratos inteligentes em uma estrutura interoperável, programável e escalável.

Agora, em 2035, ninguém mais discute “meios de pagamento”. O conceito soa tão antigo quanto debater “como acessar a internet”. Os pagamentos se tornaram um evento natural dentro de um ecossistema financeiro fluido. Eles ocorrem sem esforço e sem atrito..

As lojas físicas evoluíram para experiências imersivas. Você entra, pega um produto e sai. Seu inventário digital e sua inteligência financeira cuidam do resto. Os marketplaces digitais aprenderam a negociar por você, garantindo sempre a melhor condição de compra. A inteligência artificial transformou o dinheiro em um mecanismo adaptável, otimizando consumo e crédito com base no seu perfil e nas condições de mercado.

A história das tecnologias financeiras é marcada por ciclos de inovação e obsolescência. O que hoje é revolucionário, amanhã se torna invisível. Se voltarmos a 2025, veremos os primeiros sinais dessa transformação: a ascensão dos pagamentos programáveis, a personalização da experiência financeira, a desmaterialização do dinheiro.

O DREX não deixou de existir. Ele se tornou tão eficiente, tão fluido e tão integrado ao mundo, que ninguém mais precisa falar sobre ele.

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