Os R$ 3 bilhões apostados por beneficiários do Bolsa Família nas chamadas “Bets” ganharam destaque nas manchetes desta semana. O dado foi revelado pelo Banco Central do Brasil por meio da Nota Técnica 513/2024-BCB/SECRE, enviada no dia 23 de setembro de 2024 ao senador Omar Aziz (PSD-AM). No entanto, alguns detalhes sobre essa notícia passaram batidos no noticiário.
Uma delas, segundo o próprio estudo do Banco Central, mostra que, dos R$ 20,8 bilhões apostados pelos brasileiros no mês de agosto de 2024, R$ 17,6 bilhões retornaram aos apostadores na forma de prêmios. Ou sejam embora as “Bets” ganhem com o volume arrecadado, o relatório evidencia que 85% do valor arrecadado retorna aos apostadores.
Com a regulamentação do setor de apostas, as “Bets” agora operam formalmente no Brasil, cumprindo uma série de exigências legais. Cada empresa precisa ter pelo menos um sócio brasileiro, pagar todos os impostos no país, além de uma taxa setorial adicional mensal, e empregar um número significativo de brasileiros, gerando mais oportunidades de trabalho.
O Brasil já ocupa a posição de segundo maior mercado de apostas do mundo, e a regulamentação local é considerada robusta, especialmente quando associada às normas de pagamento do sistema financeiro nacional. A prova disso é o estudo do Banco Central, que demonstra a capacidade de mapear todas as transações realizadas no setor de apostas.
No entanto, o crescimento desse mercado também traz desafios importantes, especialmente no que diz respeito à educação financeira e à conscientização. É fundamental informar a população, sejam beneficiários de programas de auxílio ou não, sobre questões como entretenimento, investimento, previdência e saúde financeira. Assim como em qualquer setor da economia, o consumo excessivo ou o uso por menores de idade deve ser fortemente evitado, garantindo que o setor de apostas cresça de forma responsável e sustentável.
