Inovação Digital e Tecnologia na Centralidade do Cliente

Brasil e Inovação: um retrato da realidade nacional

Accenture e FGV se unem em um painel para comentar sobre os resultados das últimas edições do Prêmio Inovativos, além de projetar o futuro da inovação corporativa

Na era da Economia Digital, a busca e o sucesso em inovar nos negócios, seja em produtos ou serviços, ou mesmo em processos internos, tem se mostrado um fator de vida ou morte para empresas de todos os tamanhos e segmentos de atuação. Ao longo dos últimos anos, grandes corporações faliram ou perderam seu lugar no mercado por se manterem estagnadas em relação à inovação, como aconteceu nos casos da Blockbuster, Kodak e Nokia, por exemplo.

Por ser um fator tão importante, o desenvolvimento tecnológico foi tema do painel ““Inovação digital em foco: um panorama analítico do cenário brasileiro”, apresentado por Ricardo Polisel, Tech Strategy & Advisory Latin America da Accenture, e Aldy Silva, professor da FGV-EAESP, durante painel no Fórum Inovativos e durante o Prêmio INOVATIVOS



Inovação no mundo, e no Brasil

Para Aldy Silva, os dados analisados nos projetos inscritos no Prêmio INOVATIVOS mostram que alguns setores estão se destacando na busca pela Inovação no Brasil, e não necessariamente os setores que tradicionalmente puxavam esse quesito. “Pudemos observar uma parcela significativa de setores, como saúde e educação, por exemplo, que estão despontando em relação à inovação, quando antigamente, quem fazia isso eram os setores financeiro, bancário e de seguros”, afirmou.


Já Segundo Ricardo Polisel, a inovação tem pautado a forma como as companhias estão realizando seus investimentos em novas tecnologias, como mostra o estudo da Accenture, Reinventing with a Digital Core (Reinvente com o Núcleo Digital), publicado este ano, e que ouviu mais 1.550 empresas, em 11 países, incluindo o Brasil. 

De acordo com ele, “o estudo revelou que as empresas de alta performance aumentam seus investimentos em inovação 6% ao ano. Outro dado importante identificado, é que as companhias que investiram em core digital, como chamamos a aplicação das tecnologias cloud computing, Inteligência Artificial (IA), análise de dados e segurança, tudo isso de maneira interligada, e que ao mesmo tempo tratam da sua tecnologia legada, conseguem obter resultados que podem chegar a 60% da receita e 40% da lucratividade”, afirmou.

O que, tanto Silva quanto Polisel concordam, é que as empresas finalistas do Prêmio INOVATIVOS refletem a realidade global identificada pelo estudo da Accenture. De acordo com Ricardo Polisel, “96%, ou quase a totalidade dos finalistas do Prêmio INOVATIVOS, conseguiram tocar em todos os elementos do Digital Core. Outra semelhança entre o estudo e o resultado da premiação, por exemplo, está no fato sobre como é feito o investimento em inovação, como as empresas que identificamos como de alta performance”. 



Principais diferenças

Ao longo da apresentação, os dois especialistas também concordaram que a principal diferença entre o que está acontecendo nas empresas brasileiras e as globais em relação à inovação, é a adaptabilidade. 

Segundo Polisel, as companhias nacionais mostram uma capacidade maior de se ajustarem às novas tecnologias, e fazem isso com rapidez e criatividade. Outra questão apontada por Ricardo é que, diferente do que acontece com as empresas globais de alta performance ouvidas no estudo da Accenture, nas empresas brasileiras a inovação acontece de maneira isolada, proveniente, por exemplo, da aplicação da IA ou do uso de dados, para finalidades específicas. “Já nas organizações globais, essa inovação acontece de maneira mais integrada, o que aumenta o seu impacto nos negócios, por usar todas as tecnologias de maneira combinada, e até mesmo com formas diferentes de trabalho”, acrescentou.


Veja o painel na íntegra no Youtube ou Spotify:

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