Aprimorar a gestão nas fazendas brasileiras e impulsionar de maneira acelerada e inteligente todas as fases produtivas da pecuária nacional por meio da aplicação de tecnologia de análise de dados no ambiente agrícola eram urgentes, segundo a avaliação da DSM. A empresa direcionou investimentos significativos em produtos digitais, combinados com serviços de consultoria e nutrição.
No entanto, mesmo com esses avanços, ficou evidente que os dados gerados pela tecnologia não estavam sendo plenamente aproveitados. A escassez de tempo e a falta de expertise no campo dificultaram a análise eficiente dessas informações, resultando em uma subutilização do seu potencial.
Lore: a IA da pecuária
Diante desse cenário, a DSM enxergou a necessidade de transformar dados em ação para elevar a produtividade das fazendas de corte e leite, impactando positivamente toda a cadeia produtiva e maximizando o potencial genético dos animais. Para isso, criou a Lore, considerada a primeira inteligência artificial voltada à pecuária, e que garantiu à empresa o primeiro lugar no Prêmio Inovativos 2023 na categoria Agronegócio e Industrial.
Lançada em maio de 2022, a IA é 100% nacional, desenvolvida internamente, e amplia a capacidade de gestão de fazendas ao coletar, analisar e interpretar diversos indicadores produtivos, a partir dos quais sugere ações efetivas para os produtores, como emissão de alertas e estratégias para otimizar a engorda.
“O alicerce da tecnologia é uma base de dados centralizada, que une as informações dos nossos produtos digitais e de outras tecnologias, como IoT, seguindo os requisitos da LGPD e de segurança”, explica Breno Cerqueira, Digital Development Lead da DSM. “A partir de um aplicativo de assinatura mensal, entregamos aos nossos clientes análises e alertas diários da sua fazenda como, por exemplo, desvio no consumo dos animais e previsão de desabastecimento dos cochos”, continua.
Segundo Cerqueira, a ideia de inovação surgiu em junho de 2020, no auge da pandemia do coronavírus – e em apenas três meses, o produto mínimo viável (MVP) ficou pronto. Focada no cliente, a empresa aplicou abordagens de cocriação, entrevistas e mapeamento de jornada, envolvendo pessoas de diversas áreas da companhia – do campo à tecnologia.
“O desafio exigiu a busca por profissionais especializados e a aplicação de várias tecnologias, incluindo nuvem, IoT, Big Data, Machine Learning e realidade virtual. Desde a implementação, em dezembro de 2020, usamos estratégias para gerenciar a mudança, incluindo monitoramento de indicadores de usabilidade, iniciativas de engajamento dos colaboradores e treinamentos para todos os impactados”, esclarece.
Breno Cerqueira conta que os clientes já enxergam a Lore como fator essencial na gestão de suas fazendas. O feedback principal é que, por meio dela, é possível antecipar problemas e tomar ações de forma rápida, a fim de impulsionar a produtividade e a sustentabilidade das atividades pecuárias.
Com mais de 500 fazendas beneficiadas, a Lore já analisou cerca de 56 milhões de cabeças de gado a pasto cadastradas nos produtos digitais da DSM. Além disso, no último ano, a Lore processou dados referentes a mais de 600 mil animais em fazendas de confinamento, o equivalente a 3,8 milhões de arrobas produzidas, quase 10%* do rebanho confinado do país. “Além disso, notamos que esse sucesso impulsiona a adoção de nossas tecnologias e facilita a transformação digital no campo, desde o acesso ao smartphone até o uso da inteligência artificial”, afirma.
“Ficamos extremamente felizes pelo reconhecimento do Prêmio Inovativos. Ele ressalta o impacto significativo da nossa iniciativa em desenvolver uma inteligência artificial voltada para o avanço da pecuária e, consequentemente, do nosso compromisso com a inovação. O prêmio é reflexo de uma equipe brilhante e comprometida com os progressos da transformação digital”, finaliza Cerqueira.
*Considerando o número total de cabeças confinadas no Brasil em 2022 de 6,951 milhões, conforme Censo Confinamento DSM 2022.”