iXC: “Saber ouvir é algo absolutamente fundamental no universo em que estamos”, afirma Marcelo Tas

Innovation Xperience 3

Até pouco tempo atrás, pedir uma comida pelo delivery era algo esporádico, de fim de semana. Atualmente, é natural solicitar uma salada, serviços, produtos ou qualquer outra coisa que antes era exclusivo do mundo físico. Com os ambientes online e offline cada vez mais integrados por meio de uma ampla gama de recursos tecnológicos, é preciso se adaptar às constantes transformações e estar apto para aprender com todas essas mudanças. Marcelo Tas é um exemplo desse movimento.

 

 

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Marcelo Tas

 

O CQC, programa de televisão comandado por Tas, surgiu praticamente junto do Twitter no Brasil. Por meio desta e de outras plataformas, como o Facebook e o Orkut, foi possível acompanhar a repercussão do público, ou seja, ouvir o telespectador e ir se ajustando às expectativas deles e corrigindo o que não agradava. “Tivemos reclamações a respeito das câmeras, que balançavam muito. A própria cobertura de política foi um pedido da nossa audiência, que gostava da forma como a gente abordava o tema. Não é fácil transformar o viés do público em colaboração, é uma coisa árdua, mas muito legal de fazer em qualquer empresa de qualquer tamanho, usando todo o tipo de tecnologia disponível”.

 

“Não é fácil transformar o viés do público em colaboração, é uma coisa árdua, mas muito legal de fazer em qualquer empresa de qualquer tamanho usando todo o tipo de tecnologia disponível”

 

De lá para cá, a possibilidade de análise de dados e de ouvir o público foi potencializada graças à penetração da tecnologia na sociedade e a popularização das mídias sociais. “Hoje você consegue acessar grandes volumes de dados com inteligência artificial e tudo mais, mas a única coisa que não muda é saber fazer uma boa pergunta para os dados, que gere valor”, explicou.

 

“É uma característica humana, a gente já nasceu com esse drive da pergunta. Várias ciências surgiram desse movimento de indagar as coisas”, concordou Vitor Magnani, presidente da Associação Online Brasileira to Offline (ABO2O) e do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP, que participou do talk show com o Tas na 3ª edição da iXC.  Mesmo com o avanço da digitalização, Vitor destacou que muitas empresas estão prezando pelas chamadas soft skills, que são essas habilidades de saber perguntar, se comunicar, trabalhar em equipe.

 

“Saber ouvir é algo absolutamente fundamental no universo em que estamos falando e é muito difícil para as indústrias que eram surdas – como eu costumo falar carinhosamente”, concordou Tas. O comunicador explicou que, durante muito tempo, a televisão – por exemplo – demorou para reagir frente às mudanças que estavam surgindo, “porque uma vez que você experimenta algo que funciona, como pedir professores, fazer cursos online, entre outros serviços/produtos, não tem mais volta”.

 

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Vitor Magnani

Uma consequência dessa proximidade entre marca e consumidor foi justamente a perda daquele excesso de formalismo. “A própria televisão foi deixando de querer tudo milimetricamente posicionado, perfeito, para ser mais suscetível ao erro. Essa cultura de você ir melhorando, de testar e ajustar rápido, demorou para chegar nos meios mais tradicionais”, destacou Vitor. O apresentador “Faustão” foi um dos comunicadores que apontavam os erros ao vivo e os corrigia. Atualmente os podcasts, sucesso da nova geração, também têm como característica a informalidade e o improviso.

 

“A própria televisão foi deixando de querer tudo milimetricamente posicionado, perfeito, para ser mais suscetível ao erro. Essa cultura de você ir melhorando, de testar e ajustar rápido demorou para chegar nos meios mais tradicionais”

 

Tas recordou que muitos de nós fomos “educados na caneta vermelha” em uma situação em que errar era ruim. Mas é importante observar a mudança nesse comportamento principalmente dentro das companhias, a importância de ir testando e se adaptando, já que tudo muda muito rápido. “É muito legal viver em um tempo em que você tem todas essas possibilidades tecnológicas como algoritmos, inteligência artificial, machine learning, blockchain e as habilidades humanas, a nossa capacidade de ver, ouvir, falar, interpretar”.

 

A ida do homem à lua, combate à fake News e muito mais também foram temas deste bate-papo. Assista ao talk show na íntegra abaixo:

Se preferir, ou escute o SpotifyPodcast aqui

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