As fintechs estão mesmo revolucionando o mercado financeiro?

Fintech

Pagamentos instantâneos, carteiras digitais, criptomoedas, banking as a serve e mobile payments são termos frequentemente utilizados quando o assunto são as fintechs. Mas até que ponto as startups do sistema financeiro estão realmente revolucionando o mercado? Esta foi a provocação de um dos painéis do O2Oix, mediado por Boanergers Ramos Freire, presidente da Boanerges & Cia Consultoria, onde especialistas responderam a perguntas sobre o tema.

Como identificar a revolução causada pelas fintechs?

Rafael Lavezzo, CRO (Chief Revenue Officer) da Zoop

As fintechs que mais revolucionam são aquelas que resolvem algum problema. Outras fazem mais do mesmo. Um exemplo concreto de revolução é o novo formato que a população começa a interagir com o mercado financeiro.

Stephanie Fleury, CEO da DinDin

Acho que a grande palavra é opção. O fato de ter voz para escolher o que você quer e não ficar mais calado aceitando o que te oferecem é a grande revolução

Daniel Oliveira, CEO da PaySmart

Temos cinco grandes bancos que respondem por 80% do mercado e centenas de fintechs que estão fazendo coisas muito interessantes com uma maneira diferente desses grandes bancos, não porque tem gênios, mas porque podem pensar diferente. Tiramos poder das empresas tradicionais.

Breno Barros, Global Innovation & Digital Business Director da Stefanini

Acho que a revolução ainda está apenas começando. Ainda há um espaço enorme para ser explorado. Tem muita startup que ainda faz mais do mesmo porque ainda resolvem só o aspecto funcional. A grande revolução acontece quando elas começam a resolver questões emocionais e sociais.

Quais mudanças estruturais os pagamentos instantâneos podem proporcionar?

Stephanie Fleury, CEO da DinDin

A redução de custos é a grande mola propulsora disso. Está todo mundo querendo sair do MDR (taxa cobrada pelas adquirentes sobre cada transação de cartão de crédito ou débito) e isso pode revolucionar.

Se o comportamento não muda tão rapidamente, as empresas estão comprando a cultura, forçando para que os consumidores se adaptem mais rápido que o normal.

Pablo Silva, head de Produtos e Sócio da Vindi

A gente vem conversando com o Banco Central e o roll out se dará em quatro fases. A primeira etapa engloba o pagamento via QRCode.

O QRCode estático pode revolucionar. Se o cliente não tem internet ainda sim consegue fazer o pagamento na hora. Isto é bem promissor para diminuir o uso de dinheiro.

Outra coisa interessante é que os grandes bancos são obrigados a participar desse ecossistema novo. Eles precisam dar opção de fazer pagamento instantâneo fora de DOC e TED.

Daniel Oliveira, CEO da PaySmart

O débito é, certamente, um dos que está mais ameaçado quando temos a possibilidade de fazer pagamento via carteira digital que pode conversar com qualquer outra. O papel das fintechs é se plugar, entregar APIs e interoperar.

Em que medidas as carteiras digitais são uma boa solução para o mercado?

Rafael Lavezzo, CRO (Chief Revenue Officer) da Zoop

Não temos um duopólio e nem teremos uma ou duas carteiras digitais predominantes. O que vai fazer a diferença é a interoperabilidade entre essas carteiras, algo como o que faz o Uber com o Uber Eats. Acreditamos que nosso papel, como fintechs, é complementar os serviços bancários, e não contrapor.

Stephanie Fleury, CEO da DinDin

As fintechs estão mesmo revolucionando o mercado financeiro?As E-Wallets vão passar a ser a base de muita coisa que vamos criar. O brasileiro quer crédito ou ir um pouco além, como ter um seguro ou plano de assistência, e vamos conseguir oferecer esse complemento.

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