A relação das empresas com as novas tecnologias e a cybersegurança

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As novas tecnologias são os motores que impulsionam novas ideias, sejam elas formuladas em empresas da nova economia ou da economia tradicional. A Leroy Merlin, por exemplo, conhecida empresa do varejo de acabamento e decoração, desenvolveu um laboratório de inovação para receber ou formular essas ideias e colocá-las em prática.

 

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Rodrigo Spillere, gerente de inovação da Leroy Merlin, aponta que um dos objetivos do Inova Lab é identificar a mudança comportamental do consumidor e casá-la com a tecnologia mais apropriada para resolução de problemas. “O laboratório de inovação da Leroy está procurando as tecnologias exponenciais para colocar, no timing certo, na experiência do consumidor”, explicou Spillere durante o painel “Novas tecnologias, data drive e cybersegurança” do iX Conference 2020.

 

Para não perder esse timing, considerado fundamental pelo gerente de inovação da varejista, a empresa analisa semanalmente um portfólio de ideias e de novas tecnologias em desenvolvimento para criar soluções internas. “Isso nos ajuda a não perder o foco nem dispensar muito dinheiro em uma tecnologia que hoje aparece como transformadora, mas que amanhã já é obsoleta”, conta.

 

O iFood, por sua vez, tem integrado novidades ao seu negócio, já bastante disruptivo. Markus Halbig, gerente de Transformação Digital do iFood, conta que as novidades que a empresa tem integrado ao seu sistema ajudaram a impulsionar o número de parceiros. “Em se tratando de restaurantes, aumentou cerca de 44% os que passaram a atender pela nossa plataforma”, conta.

O iFood adquiriu startups para facilitar o trabalho desses empreendimentos. “Uma delas é a eComanda, uma ferramenta de gestão de clientes para bares e restaurantes. Outra é a Na Mesa, que propiciou QR Codes para fazer pedidos diretamente à cozinha, sem a necessidade do garçom”, conta Halbig ao mediador Marcos Carvalho, diretor geral da ABO2O.

 

Para Marcos Carvalho, diretor geral da ABO2O, essa capacidade de tomar medidas preventivas é fundamental para uma empresa na nova economia. “Se você optar por reagir apenas após uma consequência, você vai ter uma dor muito maior. Isso envolve plano de contingência, que olhe tanto para os aspectos tangíveis quanto para os intangíveis”, aponta o executivo.

Ele acrescenta que essas tecnologias implementadas gradativamente pelas empresas para melhorar seus serviços são capazes de moldar comportamentos porque trazem benefícios à jornada de consumo. “A gente já sabe como a tecnologia se incorpora às nossas vidas e passa a ter mudanças comportamentais sem perceber exatamente como isso foi modificado ao longo do tempo”, aponta o diretor geral.

Marcos recorda que entre a criação da internet para fins militares, no fim dos anos 60, em um contexto bélico, até a Word Wide Web, a versão comercial da internet, foram 25 anos. “E isso ressignificou as formas transacionais e comunicacionais entre organizações e seus stakeholders. Você tinha um fluxo que era os grandes conglomerados, a mídia tradicional, trazendo sua comunicação. E não tinha um feedback, um retorno, você tinha que ligar ou mandar carta, muitas vezes o consumidor desistia, absorvia essa dor e trocava de empresa”, aponta Marcos.

Depois da explosão das empresas de internet, nos anos 2000, e a chegada do smartphone, em 2007, o potencial de relações em rede foi catapultado, com a rede crescendo exponencialmente e deixando a comunicação mais democrática e dinâmica. “Em 2014 e 2015 as plataformas digitais, o O2O, passaram a ser incorporadas à vida das pessoas, isso revolucionou de uma forma sem precedentes, hoje temos a maior frota de automóveis privados com motorista sem que a plataforma tenha um carro próprio. Temos, dentro de um aplicativo, a oferta de mais de 140 mil restaurantes, a facilidade a um toque de tela”, destaca.

Além da capacidade e da velocidade de conexão que a internet, os smartphones e as plataformas digitais proporcionaram, a inteligência artificial também construiu novas possibilidades, e há muito ainda para acontecer. “Em 1998, tivemos o Deep Blue, o computador da IBM, superando a inteligência humana, superando o enxadrista número um. Pela primeira vez a máquina superou o homem”, lembra Marcos. “E para 2030 está previsto que a inteligência artificial supere, em todos os âmbitos, a inteligência humana, não vai ser só o jogo de xadrez. Essa evolução vai acontecer em velocidade superior à que temos hoje”, completa o diretor da ABO2O.

O executivo aponta a necessidade de ter essa visão mais ampla para entender as mudanças que transformam o mundo e adaptá-las aos negócios da forma mais concisa.

Segurança

É o que tem feito a Tecnobank. Adriana Saluceste, diretora de Tecnologia e Operações da empresa, afirma que as tecnologias têm sido integradas pela Tecnobank para atingir um fim específico, que é atender bem o cliente. E atender bem passa também por fornecer segurança. “A gente trabalha muito em parceria com nossos clientes para mapear a jornada do consumidor e entender como as ferramentas podem ajudar a agregar valor. As novas tecnologias ajudam muito nosso segmento, de oferecer segurança para operações financeiras, como ferramentas para análise de riscos, combate à fraude etc.”, explica.

 

Flávio Levi, diretor regional para América Latina da TrafficGuard, diz que é importante que as empresas estejam atentas ao poder evolutivo das fraudes para que apresente as melhores soluções. “Quando a gente fala de fraude, ela também é mutável. Do nosso lado, é necessário entender e ter o lado preditivo da evolução da fraude”, alerta.

Na equipe da TrafficGuard, 50% dos profissionais são das equipes técnicas e de desenvolvimento para adaptar as novas soluções antifraude. “O nosso desafio é diário. O produto que oferecemos não pode ser obsoleto, por isso trabalhamos sempre evoluindo nossas soluções”, conclui.

 

 

 

Assista ao painel na íntegra:

 

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