Em uma proposta que pode transformar radicalmente o setor publicitário, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, revelou planos para automatizar completamente o processo de criação e veiculação de anúncios por meio de uma ferramenta de inteligência artificial (IA). Apresentada durante a conferência Sessions da Stripe, em São Francisco, a iniciativa visa permitir que empresas forneçam seus objetivos e orçamentos, enquanto a IA da Meta cuida de todo o restante — desde a criação do conteúdo até a entrega e otimização dos anúncios.
“O objetivo final básico, aqui, é que qualquer empresa pode nos procurar, dizer qual é o seu objetivo (conseguir novos clientes para fazer isso ou vender essas coisas), nos dizer quanto estão dispostos a pagar para alcançar esses resultados, conectar suas contas bancárias e, então, entregar o máximo de resultados possível”, explicou. Zuckerberg.
Zuckerberg descreveu a ferramenta como uma “máquina de resultados de negócios definitiva”, capaz de gerar milhares de variações de anúncios para testar e identificar automaticamente as mais eficazes. Segundo ele, a tecnologia já é tão avançada que a Meta não recomenda mais que os anunciantes especifiquem o público-alvo, pois seus sistemas de IA conseguem identificar melhor os usuários interessados do que os próprios profissionais de marketing.
“Seremos capazes de criar, tipo, 4.000 versões diferentes da sua criatividade e testá-las para descobrir qual funciona melhor”, disse Zuckerberg.
Setor publicitário preocupado
Embora a proposta prometa simplificar o processo publicitário, especialmente para pequenas empresas com recursos limitados, ela levanta preocupações significativas no setor. Especialistas temem que a automação total possa eliminar o papel de agências criativas e profissionais de marketing, além de comprometer a segurança das marcas e a diversidade de conteúdo nas plataformas da Meta, que já enfrentam críticas por excesso de conteúdo gerado por IA.
Houve uma reação significativa à ética do uso de IA generativa em áreas criativas. Em outubro de 2024, mais de 11.000 criadores assinaram uma carta aberta condenando o uso de arte gerada por humanos para treinar sistemas de IA. Os criadores também entraram com ações judiciais contra empresas que desenvolvem ferramentas de arte de IA , como a Midjourney e a Stability AI.